São Paulo, sábado, 22 de novembro de 1997
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Grupos rivais do PMDB travam guerra de discursos pelo vídeo

DA REPORTAGEM LOCAL

O programa de TV do PMDB nacional, exibido em rede anteontem à noite, espelhou a desagregação do partido. As alas governista e oposicionista dividiram o tempo com discursos opostos e, às vezes, cifrados para o telespectador.
Paes de Andrade, o presidente do partido, abriu sua fala defendendo a candidatura própria do PMDB à Presidência da República. Na sequência, vieram José Sarney, Itamar Franco e Roberto Requião -os presidenciáveis da legenda.
Itamar foi apresentado como o pai do Plano Real, Sarney afirmou que o PMDB tem "obrigação" de lançar uma candidatura à Presidência da República, e Requião, fiel ao estilo agressivo, bradou um "não aos liquidacionistas" que defendem o aval à reeleição de Fernando Henrique Cardoso.
No esforço para lembrar os tempos em que o partido tinha peso maior no país, o programa em muitos momentos recorreu a imagens de Ulysses Guimarães.
Com maior tempo na divisão entre os dois setores, os antigovernistas cederam espaço para Orestes Quércia defender a candidatura própria. Espremidos, os peemedebistas favoráveis à aliança com FHC fizeram tímidos discursos pela adesão ao tucano.
Michel Temer deu a deixa ao pedir "convenção rápida" para definir o palanque do partido em 98. O ator Milton Gonçalves, apresentador do programa, preparou o telespectador, que já não entendia o discurso diferente. "É a livre manifestação", disse.
Geddel Vieira Lima, o líder da bancada na Câmara e governista ferrenho, pediu "convenção já" e apoio a FHC. Eliseu Padilha, ministro, recitou na mesma linha.
Paes de Andrade, no final, deu o tom cômico. Afirmou que o PMDB terá candidatura e que "não haverá dissidência". Pelo que se viu no vídeo, a unidade é impossível.

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