São Paulo, sábado, 22 de novembro de 1997 |
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Principal testemunha depõe em Apuí
ESTANISLAU MARIA
Sebastião Pantoja, que estava na cela ao lado da do agricultor que morreu enforcado, havia sido preso e solto no mesmo dia. Pantoja prestou depoimento na quarta-feira ao diretor da Divisão de Polícia do Interior, delegado Luís Humberto Monteiro, enviado a Apuí (445 km ao sul de Manaus), para acompanhar o inquérito. Sem resposta No depoimento, ao qual a Agência Folha teve acesso, Pantoja negou ter ouvido gritos, brigas ou barulho de espancamentos na delegacia. "O delegado chamava, mas ele não respondia", afirmou Pantoja. "A porta da cela dele foi aberta, e o delegado disse: 'parece que está morto. Nossa! Está morto mesmo' ", disse a testemunha em seu depoimento à polícia local. Segundo o primeiro laudo, feito em Apuí e assinado pelo promotor Marcelo Pinto Ribeiro, pelo médico Sidrônio Timóteo e Silva e pelo delegado Lércio Rodrigues, o agricultor se suicidou, enforcando-se com um cordão. O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e o sindicato rural da região contestam essa versão. Eles dizem que Elizeu Oliveira da Silva teria sido espancado e enforcado na delegacia. Exumação O corpo do agricultor morto será exumado na próxima semana e levado a Manaus para a realização de novos exames. A medida foi decidida após a visita à cidade de uma comissão enviada pelo governo do Amazonas e a seção estadual da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Anteontem, o delegado Laércio Rodrigues entregou ao diretor de polícia um filme com fotografias que teria feito do preso morto dentro da cela. "Não entreguei antes porque temia manipulações ou que fosse extraviado", disse Rodrigues. Em Apuí, não há locais para revelação fotográfica. Texto Anterior: Governo sobe meta de assentamentos Próximo Texto: Igreja Universal tem 20 expulsos do Chile Índice |
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