São Paulo, sábado, 22 de novembro de 1997
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Explicação; Liberdade de expressão; Cultura negra; Tribunais; Imposto maior; Análise contundente; Plano falido; Aposentadorias; Campanha infeliz

Explicação
"No intuito de restabelecer a verdade em torno do conceito emitido na reportagem 'Denúncia contra polícia fica sem apuração', na Folha, à pág. 3-7 (Cotidiano), de 19/11, em entrevista concedida pelo sr. Benedito Domingos Mariano, responsável pela Ouvidoria da Polícia, ao jornalista João Batista Natali, esclareço que a proposta 'que havia sido encaminhada ao ex-delegado-geral para que a silhueta usada nos exercícios de tiro criasse o conceito de tiro preventivo', até onde sabemos, foi objeto do ofício de nº 113/97, datado de 1/9 (quatro meses depois de termos deixado o cargo que ocupávamos), subscrito pelo sr. ouvidor e encaminhado diretamente ao sr. diretor da Academia de Polícia.
Nenhuma proposta outra, certamente, veio até nós, daquela ouvidoria, visando 'mudanças em problemas estruturais'.
Assim, a afirmação do sr. ouvidor na reportagem, pecando pelo conteúdo, adquire contornos de leviandade, o que não se justifica quando parte de ocupante de tão importante cargo.
Tampouco nos veio o indispensável apoio dessa ouvidoria, na solução do cruciante problema carcerário, que avilta a condição humana dos indivíduos recolhidos às enxovias das delegacias distritais, num flagrante desrespeito aos direitos humanos que deveriam ostentar.
Que a cadeira de Direitos Humanos, instituída na Academia de Polícia Civil, por sugestão do sr. ouvidor, ensine os policiais-alunos a conviver com esse problema, buscando minimizar os efeitos dessas verdadeiras escolas de violência que se implantaram em improvisados, inadequados e deprimentes estabelecimentos prisionais."
Antonio Carlos Castro Machado, delegado de Polícia de Classe Especial (São Paulo, SP)

Liberdade de expressão
"A Folha se diz 'a serviço do Brasil'. Será sempre? Qual é o serviço prestado pela postura mal disfarçada adotada pelo jornal no episódio da prisão de criminosos apologistas do cânhamo travestidos de músicos, apresentando-os, no editorial sobre o caso Planet Hemp, publicado à pág. 1-2 (Opinião), de 15/11, como vítimas de repressão à liberdade de expressão? Posar de liberal e tolerante no episódio em questão é ser conivente no crime e irresponsável na ética.
Qualquer um sabe que a imensa maioria da infância e juventude brasileiras, expostas a uma tal mensagem, sofrerá influência devastadora. Não existe no uso de drogas o 'glamour' que o Planet Hemp propaga e a Folha preserva, confundindo o tema com a liberdade de manifestação."
Jorge João Burunzuzian (São Paulo, SP)

Cultura negra
"Com repugnância. É assim que li o artigo do sr. Olavo de Carvalho à pág. 1-3 (Opinião), de 20/11, no qual ele classifica a umbanda e candomblé erroneamente, denominando-as 'desprezíveis criações'!
Sugere ainda classificações como 'cultos bárbaros' ou 'cultos museológicos'.
Desculpe, sr. Olavo, mas a aversão que seu texto mostra pela cultura negra deixa clara a sua aversão pela raça negra. O senhor coloca o cristianismo dentro da 'nova cultura mundial', excluindo desta as 'culturas tribais'.
Não seria tribal, em nossos dias, católicos e protestantes se matando na Irlanda; cristãos e muçulmanos se estraçalhando no Líbano?"
Wladimir Gorrera Sesma, presidente da Associação Mogiana de Umbanda e Candomblé -Amuc (Mogi das Cruzes, SP)
*
"Excelente o artigo 'A verdadeira cultura negra', publicado à pág. 1-3 (Opinião), em 20/11.
Catalisou o verdadeiro sentido do resgate da cultura afro. Sem lamentações e sem ranço, a raça tem todas as condições de se destacar pela inteligência, pela capacidade, pela bravura.
Sem voltar ao passado com lamúrias."
Paulo A. Cavalcanti (São Paulo, SP)

Tribunais
"A Folha poderia fazer o quem é quem nos Tribunais de Contas dos Estados, a exemplo do que fez sobre o TCU. Em Minas, além de possuir um dos prédios mais luxuosos, o TCE pretende agora criar uma 'subsidiária', que é o Conselho Estadual de Contas do Município."
Leonardo Cury (Belo Horizonte, MG)

Imposto maior
"O governo quer elevar as alíquotas do IRPF, de 16,5% a 27,5%, em 1998 e 1999. Endossando a grita dos presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, somos contra esse aumento.
O Congresso deveria restabelecer a alíquota de 35% e, se não bastar para o Executivo, criar alíquotas maiores, tirando de quem ganha mais -marajás, congressistas e outros segmentos com grandes rendimentos- e não sacrificando a classe média, que está ficando pobre. Do jeito que vai, em breve, o Brasil só terá duas classes: a rica e a pobre!"
Pedro Rodrigues Oliveira (Belo Horizonte, MG)

Análise contundente
"Nunca o país foi tão bem repassado como o fez o articulista Arnaldo Jabor em seu artigo 'Presidente implora 'empréstimo-emplastro' ao FMI', de 11/11, à pág. 4-8 (Ilustrada). Só faltou mesmo a assinatura de FHC. Parabéns à Folha por ter um articulista desse padrão, e um buquê de palmas para o Jabor, que ele merece."
Israel Ornelas Rodrigues (Niterói, RJ)

Plano falido
"É óbvio que os economistas erram porque querem, pois todos que já estiveram no governo são hoje, no mínimo, banqueiros. A verdade é que o Plano Real já nasceu falido, como todos os outros.
Todo esse esforço de preservá-lo tem um único objetivo: a reeleição de FHC. Logo, as medidas impopulares, que são a ênfase dos debates, são totalmente tolas. Ou alguém acha que FHC se elegeria sem o Plano Real?"
Paulo Tavares (Santos, SP)

Aposentadorias
"O governo, entre outras medidas econômicas, recadastrará os funcionários inativos para acabar com a concessão de aposentadorias irregulares. É estranho, pois isso deveria ser feito constantemente para evitar pagamentos indevidos."
Fernando Bruno Ansaldi (São Paulo, SP)

Campanha infeliz
"Parabéns ao Ministério Público de São Paulo por notificar a Amil a respeito da vexatória campanha feita por Emerson Fittipaldi. Foram os bombeiros, com salários médios de R$ 600, e não o marketing aéreo da Amil, que salvaram Emerson Fittipaldi e seu filho."
Renato Rossito (São Caetano do Sul, SP)

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