São Paulo, domingo, 23 de novembro de 1997
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Não estamos imunes, afirma ministro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A crise econômica que afetou o Sudeste Asiático e levou a Coréia a pedir auxílio financeiro do FMI (Fundo Monetário Internacional) vai se estender e não será possível fazer qualquer tipo de previsão de quem será a próxima vítima.
"A crise está chegando à 11ª economia do mundo, apesar de a Coréia ter anunciado um pacote de cem medidas econômicas. Não podemos nos considerar imunes a ela só porque somos brasileiros", afirmou o ministro Pedro Malan, ontem, no Congresso.
Nos últimos dias, a Coréia recorreu à ajuda do FMI para obter empréstimo de cerca de US$ 70 bilhões. O Japão também mostrou sua vulnerabilidade depois da quebra da sua segunda maior corretora e de um de seus maiores bancos.
Malan explicou aos parlamentares que a atual "turbulência" econômica internacional não tem a mesma peculiaridade da crise mexicana, que começou em dezembro de 94 e levou o México a reduzir seu crescimento econômico e a retomar a inflação.
A crise do México, afirmou ele, se manteve restrita à América Latina e teve seus efeitos diminuídos pela reação rápida do FMI e dos Estados Unidos. A que começou no Sudeste Asiático neste ano parecia ter a mesma característica. Mas não é o que está se verificando.
Na lógica de Malan, quanto mais rápido o país vulnerável à crise mostrar que pode se proteger, menos será o alvo de ataques especulativos. Da mesma forma, quanto mais rápido for o socorro aos países afetados -como a ajuda do FMI-, menores serão os efeitos da crise.
Se os Estados Unidos viessem a ser um dos próximos alvos dos especuladores -por causa do desequilíbrio comercial- teriam que aumentar suas taxas de juros.
Isso deslocaria investimentos, antes destinados ao Brasil, para a economia norte-americana. Assim, aumentaria o desequilíbrio na balança de pagamentos e levaria o governo a acompanhar o aumento dos juros.

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