São Paulo, domingo, 23 de novembro de 1997
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Confusões ameaçam circuito feminino

FERNANDA PAPA
DA REPORTAGEM LOCAL

A WTA (Associação das Mulheres Tenistas) está passando por uma das maiores crises, talvez a maior, de seus 27 anos de vida.
A "família" das mulheres tenistas está prestes a ficar "órfã", "deserdada" e ainda enfrenta o problemas de "briga entre irmãs".
Traduzindo: Anne Person Worcester, bem-sucedida presidente da entidade, encerra seu mandato no dia 31 de dezembro, não pretende reeleger-se e não há quem se habilite; o principal patrocinador do circuito, a empresa de computação Corel, não pretende renovar com a WTA depois de 1998. Por fim, a associação de jogadoras, que tem algum peso nas decisões sobre assuntos importantes no circuito, vive uma batalha de interesses entre as jogadoras de ranking baixo e as consideradas "tops".
Esperava-se que a semana que passou fosse decisiva e positiva para a WTA, uma vez que várias reuniões foram realizadas durante a disputa do Masters Feminino, batizado neste ano de Chase Champioships, no Madison Square Garden, em Nova York.
Mas nada foi resolvido. Nenhum novo nome foi aprovado para substituir Anne Worcester e aparentemente ninguém mais pretende se aventurar para algo além do cargo interino.
Funcionários da WTA não têm dado informações, sobretudo sobre o problema entre as jogadoras que, nesta semana, acabou indo parar na Justiça de Nova York.
Essa confusão começou no dia 2, durante as eleições do conselho de jogadoras, em Chicago, Illinois.
Tenistas de ranking inferior a 50 elegeram mais conselheiras de seu nível do que as "top ten".
Lideradas pela canadense presidente da associação, Patricia Hy-Boulais, 62ª na WTA, destituíram conselheiros anteriores e até a diretora-executiva, Sara Fornaciari, de seus cargos.
Esses foram preenchidos por pessoas "de confiança", como o marido de Hy-Boulais e o pai de Linda Wild, tenista 218ª na WTA. Uma nova associação de jogadoras foi fundada.
A WTA resolveu investigar a legalidade dessas ações. Tudo está paralisado até a decisão do juiz. Empresários das jogadoras "tops" falam em boicote ao novo grupo.

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