São Paulo, domingo, 23 de novembro de 1997
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Profissionais vivem dilema

DA REPORTAGEM LOCAL

Ser ou não ser empresário? Como se não bastassem todos os problemas, alguns empreendedores vivem esse dilema shakespeariano.
Na caça ao sucesso, uma legião de ex-assalariados abre empresas todo santo dia, mas nem todos encontram realização profissional.
"Notamos um aumento no total de adultos em crise", diz Maria da Conceição Uvaldo, 36, psicóloga do Serviço de Orientação Profissional do Instituto de Psicologia da USP, que atende 800 pessoas por ano. "A idéia de que ser dono do próprio nariz é o caminho para se dar bem pode ser uma ilusão."
Segundo ela, muitos reclamam da mudança radical, no momento em que deixam de ser empregados.
"Senti que era hora de largar o negócio quando me peguei fazendo palavras cruzadas em minha rotisserie", conta Artur de Lima Neto, 54, administrador.
Para o psiquiatra Luiz Cuschnir, a frustração é frequente. "Ex-executivos se desiludem quando se vêem vendendo hot dog."
No caso de Lima Neto, a decisão foi passar o negócio para a frente. "Eu sabia que seria complicado voltar ao mercado de trabalho."
Realmente foi. Por isso, ele decidiu criar neste ano, com um grupo de amigos e com a ajuda de uma psicóloga, uma cooperativa de consultores, a Copege. "Somos quase 30 associados, entre aposentados e ex-empresários, e já planejamos abrir filiais", conta.

Onde encontrar - Serviço de Orientação Profissional (USP): (011) 818-4174.

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