São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 1997 |
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Entidades se enfrentam
ABNOR GONDIM
O caso mais grave ocorreu em 1996 com o assassinato do agricultor Salvador Gomes de Souza, ligado ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Planaltina (GO), por militantes do MST. Eles se desentenderam sobre o controle de um acampamento. Os representantes do MST alegaram que Salvador fora expulso do acampamento e teria voltado armado para matar os líderes responsáveis pela invasão. Segundo a versão da família da vítima, o trabalhador rural retornou ao local apenas para apanhar material deixado em seu barraco. Nesta semana, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Luziânia (GO) pedirá ao Incra para retirar 70 famílias ligadas ao MST que invadiram no início deste mês a fazenda Cunha, a 70 km de Brasília. "Eles (do MST) passaram a perna na gente", afirma o presidente do sindicato, José Lúcio Silva. "Queremos evitar conflito entre os nossos sem-terra e os do MST." Em junho passado, o sindicato havia solicitado ao Incra vistoria na fazenda para o assentamento de 45 famílias. Resistência Líderes do acampamento do MST na fazenda Cunha disseram que a área foi invadida para acelerar o processo de desapropriação. Os acampados ligados à maior entidade de sem-terra do país não querem sair da área. É o caso do criador de peixes Ivori Ricardo Heinke, 44, que arrenda terra para montar criatórios de alevinos (filhotes de peixes). "Estou cansado de trabalhar na terra dos outros e decidi conquistar o meu espaço", disse ele. Os sem-terra do MST pretendiam resistir à ação da Polícia Militar de Goiás que iria cumprir ordem de despejo. A ordem foi sustada porque o Incra garantiu a desapropriação da fazenda, classificada como improdutiva. (AG) Texto Anterior: Entorno de Brasília é novo pólo de invasões Próximo Texto: MBST vem das cidades-satélites Índice |
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