São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 1997
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67,3% estão desempregadas

BETINA BERNARDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Maria Naíde Pereira Vieira faz parte da estatística de 67,3% de mães que têm filhos no bolsa-escola e estão desempregadas ou fazem biscate para sobreviver.
Aos 34 anos, ela está sendo alfabetizada pelo programa de desenvolvido pelo governo do DF em parceria com o Senac.
Naíde chegou a frequentar escola "muito tempo atrás", tanto tempo que ela não lembra mais. "Foi no Mobral, de noite. Parei porque comecei a ter filhos", diz.
A filha Rafaela, 9, é a bolsista do programa. Além dela, Naíde tem mais dois filhos, um de 3 anos e uma de 4 meses.
"De manhã, quando vou à aula, a menina maior olha os outros dois. Quero terminar de estudar e fazer um curso de salgadeira para poder sair daqui", afirma.
Naíde, que já trabalhou como faxineira, está desempregada. Ela mora em um barraco no fundo da casa dos pais.
Maria Doralice Carlos da Silva vive uma situação semelhante. Ela tem 46 anos e sete filhos, quatro dos quais casados. O marido, doente, não trabalha.
Doralice, que faz faxina de vez em quando, vendeu o bujão de gás de casa para que o filho mais velho tirasse a carteira de motorista.
"Tenho esperança completar o curso para arrumar um trabalho."
(BB)

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