São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 1997![]() |
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Mães de alunos vão à escola em Brasília
BETINA BERNARDES
As aulas, em parceria com o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), começaram a ser ministradas em outubro para 700 alunas em 28 turmas nas cidades-satélites de Brasília. Nessa primeira etapa, o objetivo é atingir mil mães analfabetas. "No ano que vem, queremos oferecer as aulas também para os pais", diz o secretário do Trabalho do DF, Ivan Guimarães. "O dinheiro do bolsa-escola é entregue nas mãos das mães, elas são o centro econômico dessas famílias", disse Guimarães. O programa Bolsa Familiar para a Educação, o bolsa-escola, destina um salário mínimo (R$ 120) para famílias que tenham renda per capita mensal igual ou inferior a meio salário mínimo e filhos de 7 a 14 anos matriculados na escola. "A bolsa se destina a assegurar que as crianças permaneçam na escola. Uma segunda fase é garantir que essas famílias tenham uma renda. Para isso, tentamos essa iniciativa de qualificação profissional", diz o secretário. As mães são recrutadas pela Secretaria da Educação do DF. O curso de alfabetização delas segue o método Paulo Freire. A duração total será de 160 horas. São quatro horas diárias de aulas, nos períodos da manhã, tarde e noite, ministradas em unidades do Senac. Elas recebem vale-transporte e material didático, como caneta, lápis, borracha, cadernos e livros. Encerrada a parte de alfabetização, elas iniciam a qualificação profissional. São oferecidos cursos de bordadeira (50 horas), "freezerdeira" (aprender a congelar alimentos (30 horas), depilação (30 horas), pintura em tecidos (50 horas) e salgadeira (32 horas). Está sendo estudada ainda a inclusão de cursos de almoxarife e auxiliar de serviços gerais para alguns pais que devem participar do programa ainda este ano. "Todo o trabalho pedagógico foi discutido e desenvolvido com a Secretaria da Educação", diz Valderes Las Casas, diretora de formação profissional do Senac. O Senac é um dos parceiros da Secretaria do Trabalho no Projeto Saber, voltado para ações de educação profissional. Ele é financiado com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Este ano, foram destinados R$ 38 milhões para o atendimento de cerca de 140 mil pessoas. Texto Anterior: Ler ou comer? Próximo Texto: 67,3% estão desempregadas Índice |
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