São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 1997
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Apec debate socorro aos países asiáticos

ENVIADA ESPECIAL A VANCOUVER; DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O pedido de ajuda financeira feito pela Coréia do Sul ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e a crise que se abate sobre os países asiáticos são os principais temas dos debates de hoje do 5º Encontro da Associação de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec).
Durante dois dias, líderes de 18 países devem debater as principais consequências e possíveis soluções para a crise global que afeta os mercados financeiros e que teve início no Sudeste Asiático.
A Coréia, segunda maior potência regional depois do Japão, vem sofrendo fortes ataques especulativos à sua moeda, o won.
"Nossa economia cresceu muito rapidamente o que deu origem a alguns problemas estruturais", afirmou ontem o presidente sul-coreano, Kim Young Sam.
Mesmo com status de maior potência da Ásia, o Japão também deve ser alvo dos debates de hoje. O grande problema do país é a dívida de suas instituições financeiras.
Operações encerradas
A Yamaichi Securities, a quarta maior corretora de ações do Japão, decidiu encerrar suas operações, informou hoje pela manhã (horário do Japão) a rede de TV NHK.
Segundo a TV, decisão foi tomada em uma reunião de urgência do Conselho de Administração da empresa realizada durante a madrugada.
A quebra da corretora se trata do maior colapso de uma empresa japonesa desde a Segunda Guerra Mundial.
A instituição já acumulava dívidas de cerca de US$ 25 bilhões e já havia anunciado ao governo sua situação de insolvência na sexta-feira passada.
A Yamaichi deu prejuízo em quatro dos últimos seis anos e está envolvida em um escândalo de corrupção envolvendo pagamentos à máfia japonesa.
Reunião
A reunião anual da Apec começou na quarta-feira da semana passada. Durante os últimos cinco dias, Vancouver tem sido palco de encontro de homens de negócios do mundo inteiro.
"A intenção desse encontro não é apenas discutir problemas e sim procurar novos caminhos para promover o desenvolvimento sustentado, o que inclui, por exemplo, mais investimentos em tecnologia", afirmou o ministro das Relações Exteriores do Canadá, Sergio Marchi.
As discussões sobre novos membros da Apec devem ficar em segundo plano durante o encontro de hoje. Outros 11 países, entre eles Peru, Colômbia, Equador e Panamá têm solicitado permissão para ingressar na associação, o que não deve ocorrer antes do final de 1999.
O interesse por participar da associação é justificado. Os países membros da Apec representam 55% da renda total mundial e 40% do comércio internacional.
A Apec reúne outros, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão, Coréia do Sul, Malásia, México, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura e Tailândia.
Antes do "terremoto financeiro" que abalou os países do sudeste asiático, um dos principais objetivos do encontro deste ano era o de estabelecer regras para que a Apec pudesse aceitar novos membros a partir de 2000.
Entre os acordos firmados na reunião do ano passado está o de criar uma zona de livre comércio entre os principais países membros até 2010 e entre todos os participantes do fórum até 2020.

Colaboraram as agências internacionais

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