São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 1997 |
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Em chances perdidas, o Santos deu goleada
ALBERTO HELENA JR.
Foi só quando, já perdendo de 2 a 1, resolveu atacar que o Palmeiras revirou o placar. Mas tal era o crédito santista nas oportunidades desperdiçadas que o jogo acabou mesmo num 3 a 3 eletrizante, porém injusto. Afinal, na soma dos gols perdidos, o Santos ganhou de goleada. Já o clássico carioca, que começou com dois gols-relâmpago, um para cada lado, subitamente, caiu no lugar comum de trocas de bola no meio-campo, com uma ou outra investida dos ataques. Mais surpreendente: o Fla foi quem determinou o ritmo da partida. Do início ao fim. Como? E Edmundo? Sumiu. Quem apareceu foi Júnior Baiano, Lúcio, até mesmo Iranildo & Cia. E, claro, o técnico Paulo Autuori, do Flamengo. * É curioso que nestes velozes tempos de globalização e outros bichos volte à cena um antigo fantasma que já se julgava exorcizado há muito tempo: o fator campo. Pois é a ele -mais do que ao Sobrenatural de Almeida, de Nélson Rodrigues- que se tem atribuído os resultados das primeiras rodadas destas semifinais do Brasileirão. Um bom exemplo disso foi o clássico de anteontem, no Beira-Rio. Embora o Atlético tivesse o domínio dos espaços e da bola a maior parte do jogo, e ainda por cima soubesse convertê-lo em situações de gol, foi o Inter quem saiu de campo vitorioso, por 2 a 0. Claro que o Inter é um time fortíssimo na marcação e ágil nos contragolpes armados por Sandoval e concluídos com agilidade e precisão, ora por Christian, ora por Fabiano. Mas o Atlético também o é, e provou isso, mesmo jogando no campo do adversário. Pelo menos, até ficar reduzido a dez jogadores, com a expulsão do becão Sandro Blum. Só que, nesse caso, houve uma diferença: quem assombrou os mineiros e todos nós, na noite de sábado, não foi nenhum fantasma aposentado, nem mesmo o personagem do saudoso dramaturgo. Foi um sujeito de carne e osso, embora pareça revestido de ouro, que responde pelo nome de André e joga no gol do Inter. Ô goleiraço, esse, seu! * Já com relação à Lusa, nessa mesma noite, nem se pode dizer que tenha contado com o fator campo para bater o Juventude por 2 a 0. Afinal, jogou num Morumbi vazio (ô, pá!, cadê você?), sem nem mesmo as estrelas por testemunha. Aliás, nem sequer teve o treinador titular a conduzir seus passos ao longo da semana. Mesmo assim, apoiada na experiência de Capitão, Moacir e Aílton, e, sobretudo, no talento desse menino Rodrigo, foi lá e espantou todos os fantasmas. Cá entre nós, se a Lusa conseguir chegar à final, nem precisa levantar o título para que esses jogadores mereçam uma estátua no Canindé. Texto Anterior: Tabela favorece subida do Vasco Próximo Texto: Viver é perigoso Índice |
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