São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 1997
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Praticar hóquei in-line é pura adrenalina em cima dos patins

ROBERTO FONSECA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Driblar, chutar e marcar um gol. O que parece ser uma partida de futebol é, na verdade, o objetivo de um esporte que vem chamando a atenção: o hóquei in-line.
Neste final de semana, as equipes da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), Palmeiras, Ponte Preta/No Limits e Sertãozinho Hóquei Clube disputam a final do Campeonato Paulista da modalidade, nas categorias infanto-juvenil (até 17 anos) e adulto.
Surgido no Brasil há cerca de dois anos e meio, o esporte pegou o vácuo da moda dos patins in-line. Em Sertãozinho (SP), 80% dos atletas da equipe de in-line vieram da patinação, segundo o técnico Maurício Duque. Em Campinas, o Ponte Preta/No Limits surgiu de um grupo de patinadores.
Vestidos com capacetes, calções acolchoados, cotoveleiras e outras parafernálias de proteção (que pesam cerca de 3 kg e chegam a custar R$ 1.000), os jogadores, munidos do "stick" (bastão de madeira ou alumínio) correm atrás do "puck" (disco de fibra usado como bola) para marcar gol.
A velocidade do jogo (o "puck" pode chegar a 100 km/h) tem atraído muitos jovens vindos de outros esportes. A média de idade dos finalistas do paulista varia de 17 (Palmeiras) a 20 anos (AABB).
No Palmeiras, o vovô é Clerimar Reinaldo da Silva, de 23 anos. Eric Hayashida, 20, da AABB, se sente ameaçado por atletas mais novos.
Isso acontece porque muitos atletas de categoria infanto-juvenil (até 17 anos) integram as equipes adultas. Esse é o caso de Renato Lopes Nogueira, 17, o "Alemão", considerado o melhor jogador do Brasil e artilheiro do último Mundial, disputado na Áustria, com 15 gols. "Apesar de não ter tanta experiência, o pessoal mais jovem está entrando com todo gás", diz.
"É a correria do esporte que atrai", garante Rubens Murayama Figueiraújo, 17, da AABB e da seleção brasileira. Como muitos atletas do in-line, ele jogava hóquei tradicional (com patins normais) e achava o jogo muito "parado".
A rotina dos campeonatos só vale, por enquanto, para os garotos. Ainda não há um torneio oficial de hóquei in-line feminino, o que torna a modalidade um "clube do Bolinha". "Mas isso vai mudar, porque as mulheres, apesar de baterem tanto quanto os garotos, têm uma visão melhor de jogo", defende Luciana Martino, 19, que hoje joga hóquei de brincadeira.

Semifinais do Campeonato Paulista de Hóquei In-line: dias 29 e 30 de novembro, a partir das 15h. Informações: Federação Paulista de Hóquei e Patinação, tel. (011) 263-2225. Onde aprender em São Paulo: Ocean Drive (shopping Eldorado, av. Rebouças, 3.970, tel. 814-3369); Pandas Roller Hockey Recruta Team (r. Canuto do Val, 108, apto. 102, tel. 227-5488); Centro Esportivo Educacional Ibirapuera (r. Pedro de Toledo, 1.651; inscrição no local)

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