São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 1997 |
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Neschling gravará "Adelia" ao vivo
IRINEU FRANCO PERPETUO
Com elenco internacional, encabeçado pela soprano Mariella Devia, principal nome do belcanto italiano na atualidade, a ópera será gravada ao vivo, durante as récitas que Neschling rege em janeiro, em Gênova (Itália). Estreada em 1841, "Adelia, o la fíglia del arciere" ("Adélia, ou a filha do archeiro"), é uma ópera séria, a exemplo da composição mais conhecida de Donizetti, "Lucia di Lammermoor". Sua primeira gravação ainda se insere nas celebrações do bicentenário de nascimento do compositor (1797-1848). "A Ópera de Gênova não tem regente titular", explica Neschling. "Como principal regente convidado, estou à frente das comemorações do Ano Donizetti". Outra gravação -esta ainda sendo negociada como o selo sueco Bis- é a ópera "Jupyra", de Francisco Braga, cuja apresentação no Memorial da América Latina, prevista para 16 de outubro, teve de ser adiada para abril de 98. Em novembro, Neschling vai a Nova York, fazer audições visando contratar músicos para todos os naipes da orquestra. "Já há mais de 600 inscritos", afirma. A necessidade de músicos para as cordas da orquestra, que já era grande, tornou-se mais urgente após o teste interno realizado na penúltima semana de outubro. Foram avaliados os 16 músicos da Bulgária e Romênia, que estão provisoriamente na orquestra. Só um foi aprovado para ficar de maneira definitiva. Nos EUA, Neschling também deve ser condecorado -em Washington, mas ainda sem data marcada- a Ordem do Rio Branco. A comenda vem devido a "atividade culturais" e "empenho na divulgação da música brasileira", e deve ser entregue pelo embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Flecha de Lima. O maestro já fechou a temporada da Osesp para 98. Ao todo, estão previstos 80 concertos no Estado de São Paulo -incluindo participação no Festival de Inverno de Campos do Jordão. Também estão previstas, mas ainda não confirmadas, turnês na Europa (incluindo Turim, Besançon, Milão e Viena) e no México, nos meses de setembro e outubro. As viagens ao exterior, bem como a compra de novos instrumentos para a Osesp -incluindo um piano Steinway de Hamburgo, escolhido pelo pianista Jean Louis Steuerman- ainda dependem de questões burocráticas, como liberação de verbas. "Os convites para as turnês existem, mas a burocracia é acachapante." Texto Anterior: Orquestra do AM é a melhor, diz maestro Próximo Texto: Filme traz luta do IRA ao seio materno Índice |
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