São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 1997
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Doce é o centro da gastronomia egípcia

SÉRGIO DÁVILA
DO ENVIADO ESPECIAL AO EGITO

Se o turismo egípcio gira em torno do período faraônico, a culinária do país tem no doce, na sobremesa, o seu centro.
Nessa área, o Egito é uma espécie de Viena subdesenvolvida, mas não menos interessante -é impressionante o papel que desempenha uma boa bandeja de doces.
Serve como cartão de visitas (um egípcio não ousa ir à casa de outro sem uma delas), presente de aniversário, paquera. No caótico centro da parte "nova" do Cairo fica a mais famosa das doçarias, a Groppi, erguida há 40 anos na avenida principal, a Taalet Harab.
Entre as dezenas de opções, todas com muita fruta seca e mel, estão a kunafa com nozes, o atayif e o umm'ali, o mais famoso, chamado de a "mãe das sobremesas" egípcias, pudim úmido feito com leite.
Outro item igualmente importante e não menos delicioso é o suco de karkadeeh, beberagem à base de pétalas de hibisco, com a qual visitantes são recebidos em todo lugar -hotéis, restaurantes.
Refrescante, cor de sangue e de gosto levemente azedo, é o que fica na memória gustativa da viagem. Prefira os sucos e a cerveja -eles a inventaram-, principalmente a Stella, um pouco mais amarga que as brasileiras, mas boa.
Nem tente os vinhos (o mais famoso, Omar Kahyyan cabernet sauvignon, é intragável).
Quanto à comida propriamente dita, a base é principalmente árabe -isso quer dizer tempero, tempero e tempero. Não descarte certos problemas no aparelho digestivo nos primeiros dias.
O prato mais popular é o kushari (leia receita abaixo), encontrado em carrinhos nas ruas a 3 libras egípcias (cerca de US$ 1), e a beshtakeya, espécie de sopa de tomate.
Mas há velhos conhecidos dos brasileiros, como tabboula (tabule), kebbeh (quibe) e um insuperável babaghannoug (babaganuche), pasta de berinjela e gergelim, muito bem-feita em qualquer lugar.

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