São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 1997
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Carnatal bota bloco na rua pela sétima vez

EMANUEL NERI; PAULO FRANCISCO
DO ENVIADO ESPECIAL A NATAL

Se você vai a Natal entre os dias 29 de novembro e 7 de dezembro, não deixe de participar do Carnatal -a maior micareta do país. São seis dias de festa que contagiam toda a cidade.
Em seu sétimo ano de existência, o Carnatal tem sua primeira fase nos dias 29 e 30 de novembro. É o que os natalenses chamam de "ensaio geral" para a grande festa do final de semana seguinte, entre os dias 4 e 7 de dezembro.
O Carnatal abre a temporada oficial de verão da cidade. Natal arrecada muito dinheiro com a festa. Os hotéis e pousadas ficam superlotados. Durante todo o ano, a cidade se prepara para essa festa.
Os números do Carnatal impressionam. Para ter uma idéia, todo o negócio que gira em torno da festa nesses seis dias de folia rende R$ 32 milhões. Isso representa quatro folhas de pagamento do funcionalismo municipal de Natal.
São 21 blocos que desfilam pelo chamado "corredor da folia" -52 mil pessoas participam desses blocos. No auge da festa, em torno de 200 mil pessoas saem às ruas diariamente para se divertir.
O turista que participa do Carnatal é em sua maioria de outras capitais do Nordeste (70% do total). Mas também tem muita gente de outras cidades, principalmente Brasília e São Paulo. Cerca de 40 mil turistas vão a Natal todos os anos para participar do Carnatal.
Megaevento
Outros números que servem para dimensionar o Carnatal. Em anos anteriores, foram consumidas 1,5 milhão de latas de cerveja e 500 mil latas de refrigerante. Quarenta toneladas de lixo são retiradas por dia da área da festa.
O Carnatal pode ser chamado de megaevento para os padrões da cidade. Serão instalados neste ano 437 camarotes (cada um custa R$ 3.300) -as arquibancadas comportam 10 mil pessoas (cada ingresso custa R$ 15). A área de desfile dos blocos tem 600 metros.
Esses 600 metros ficam dentro do "corredor da folia", a área oficial do desfile. Mas toda a área de desfile tem 3.200 metros. Os blocos e os foliões têm um amplo serviço de apoio a sua disposição.
São 11 mil pessoas que trabalham no esquema de segurança, como fiscais de avenida, na produção e na coordenação. Toda uma estrutura de saúde, com médicos, enfermeiros e ambulâncias, acompanha o desfile dos blocos.
A música predominante é a axé music, mas também tem forró, frevo e outras músicas regionais. As bandas que puxam os blocos são Chiclete com Banana, Cheiro de Amor, Netinho, Ása de Águia, Pimenta Nativa e É o Tchan.
Os nomes dos blocos são curiosos. Caju com Sal, Jerimum, Bicho Papão, Nana Banana, Virgulino, Meu Xodó, Burro Elétrico, Coco Maluco e Colônia Pinel são os blocos que arrastam mais foliões. Alguns blocos, como o Jerimum, chegam a ter 3.500 componentes.
Para participar dos blocos, os foliões têm de comprar abadás, cujos preços variam de R$ 90 a R$ 342, ou camisetas, que custam entre R$ 50 e R$ 110. Esses verdadeiros uniformes dos blocos dão direito ao comprador de desfilar entre cordas, com carro de apoio com banheiro, ambulância e seguro.
Nos dias 29 e 30, o pré-Carnatal reúne bandas locais e dois blocos infantis puxados pelo cantor baiano Ricardo Chaves e pela banda Patrulha.
(EMANUEL NERI)

Colaborou Paulo Francisco, free-lance para a Folha, em Natal

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