São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 1997
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Viagem vale pelas pirâmides

SÉRGIO DÁVILA
DO ENVIADO ESPECIAL

"As pessoas temem o tempo; o tempo teme as pirâmides"
Historiador árabe do séc. 12

Você está diante da única das sete maravilhas do Mundo Antigo que resistiu até hoje: a sua frente, apontando para o céu, estende-se o que foi a construção mais alta da Terra até a virada do nosso século.
É o complexo de Gizé, que engloba as três grandes pirâmides (dos faraós Quéops, Quefrem e Miquerinos, pai, filho e neto da quarta dinastia, 2680 a.C.-2565 a.C.) e a grande esfinge, tudo num planalto ao largo do subúrbio do Cairo.
A de Quéops, a maior delas, com 164 metros de altura e formada por 2 milhões de blocos de granito de 2,5 toneladas cada, é a que recebe o visitante, logo à entrada.
Então, logo atrás, vêem-se as de Quefrem e Miquerinos. Não pare só na de Quéops, que é o que a maioria dos turistas apressados faz -e, se não for fanático ou estudioso, evite entrar no túmulo, escuro, quente e desinteressante.
Em vez disso, sue um pouco, ande até o mirante e perca uns bons 30 minutos admirando as três pirâmides juntas, ao longo do horizonte. É por essa vista (e por Luxor) que o Egito vale a pena.
Na volta, uma passada rápida na esfinge, sinceramente o ponto mais decepcionante do passeio. Menor do que se imagina (tem 22 metros de altura) e malconservada, é mais interessante nas fotos.
A versão mais aceita diz que o monumento com corpo de leão e rosto de gente foi construído durante o reinado de Quefrem, provavelmente para aproveitar uma rocha já com esse formato.
Historiadores mais heterodoxos dão conta de que o "pai do terror" teria sido feito 2.500 anos antes, por uma civilização perdida.
Por fim, faça um favor a si mesmo: não deixe de andar de camelo (a palavra em árabe para o animal é "barco do deserto"). Chorando um pouco, os beduínos vão cobrar 10 libras egípcias (cerca de US$ 3).
O passeio e a sensação não são grande coisa. Mas, de cada 10 pessoas que encontrar na volta da viagem, 11 vão perguntar: "E aí, andou de camelo?"
(SD)

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