São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 1997 |
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Reitor toma posse e rejeita mensalidade
FERNANDO ROSSETTI
"É uma ilusão imaginar que, se os estudantes de renda familiar mais elevada pagassem mensalidades na USP, algum problema social seria resolvido", afirmou durante uma cerimônia tradicional, na qual os 34 diretores de unidade compareceram trajando vestes talares -um ritual do século 18. Marcovitch anunciou que irá iniciar sua administração com "a imediata elaboração de um amplo dossiê, demonstrando à comunidade externa que é socialmente justo o investimento feito na universidade pública de São Paulo". Também prometeu um "esforço de cooperação entre a USP e os setores excluídos da sociedade", que denominou Projeto Avizinhar. Na presença do governador Mário Covas, de secretários de Estado e do quadro dirigente da universidade, o reitor até ontem, Flávio Fava de Moraes, 59, entregou ao seu sucessor uma USP com menos docentes, menos funcionários, mais estudantes e orçamento maior do que aquele que recebeu em sua posse, em 1993 (veja quadro). "A universidade melhorou todos os seus indicadores acadêmicos. Esse era nosso dever e a próxima gestão deve melhorá-los", disse Fava à Folha ontem à tarde, com base em um relatório de 232 páginas de avaliação de sua gestão. O documento revela uma priorização de aspectos administrativos: além de atender mais alunos com menos pessoal, houve um crescimento de 3% na área construída. A ciência também foi favorecida. Ex-diretor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Fava trouxe 1.500 novas bolsas para a universidade. Cultura e Extensão Mas, apesar dos bons números de gestão, poderá ser lembrado em São Paulo como o reitor que fechou a Cidade Universitária para a população aos finais de semana. Ironicamente, os dados que mostram esse "fechamento" da universidade são ligados à pró-reitoria de Cultura e Extensão, até ontem dirigida pelo novo reitor. O número de visitantes aos museus da universidade caiu e diminuíram as atividades do Projeto Nascente (apresentações culturais de uspianos para a comunidade). Em uma análise rápida, pouco antes da posse, Marcovitch disse que, se houve de fato uma diminuição, a qualidade do que é apresentado melhorou. Para o presidente da Associação de Docentes da USP, Jair Borin, 54, "Fava pensou a universidade como um administrador de obras, mas é óbvio que a universidade não é só isso". Texto Anterior: Anestesistas denunciaram Próximo Texto: PM culpa fugas por aumento de roubos Índice |
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