São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 1997 |
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Roberto Irineu Marinho concentra decisões
ANNA LEE
Anteontem, Marinho distribuiu um comunicado informando o novo organograma da emissora, no qual José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (o Boni, que já foi o principal executivo da Globo) deixa de comandar a Central de Criação e a Central de Programação. Segundo o comunicado, o antigo Comitê Executivo da emissora -composto pelo próprio Roberto Irineu, pelo vice-presidente de Coordenação Institucional, João Roberto Marinho, pelo vice-presidente de Coordenação Estratégica, Boni, pela superintendente-executiva, Marluce Dias da Silva, e pelo superintendente comercial, Otávio Florisbal- passa a ser denominado "Comitê Estratégico" e deixa de ter função decisiva no dia-a-dia da empresa. Isso significa dizer que este comitê não poderá mais decidir por exemplo qual será a próxima novela das oito. Caberá a ele apenas a decisão de estratégias de comunicação da emissora, por meio de reuniões que acontecerão uma vez por mês. As orientações do "Comitê Estratégico" serão executadas por um "Comitê Operacional", composto por sete diretorias e presidido pela superintendente executiva, Marluce Dias, que assim passa a ser a principal executiva da casa. Marluce Dias, 45, psicóloga, com mestrado em Administração, entrou na Globo em julho de 1991 para cuidar da da administração financeira da empresa. Em 1984, já tinha dado consultoria à emissora no projeto "Desenvolvimento Gerencial da Globo". Boni agora passa a ter funções apenas consultivas. Ele afirmou que não pretende se afastar da televisão e que pretende "apostar em projetos da TV digital". "Este é o futuro da comunicação, vou investir nisso na Globo, se eles quiserem, ou por conta própria. Sinto como se minha carreira estivesse começando agora", disse. No comunicado interno distribuído aos seus funcionários, Marinho ressaltou que um dos princípios fundamentais da Rede Globo é fazer "uma televisão para a família brasileira e continuará a oferecer-se como a melhor opção para atender as necessidades do coletivo brasileiro, independentemente de classe social, religião, sexo ou idade". Na entrevista à Folha, Marinho disse que "este compromisso sempre existiu e o que apenas quis foi reiterá-lo". Com relação ao episódio do programa "Domingão do Faustão", que na disputa de audiência com o "Domingo Legal", do SBT, exibiu o quadro "sushi erótico" -, causando indignação de vários setores da sociedade- Marinho afirmou que "desvios eventuais ocorrem, de raro e raro, e sempre tiveram como resposta da empresa a pressa de corrigi-los". Texto Anterior: 'Ficou mais fácil para nós' Próximo Texto: Filho de estupro é 'bandeira' antiaborto Índice |
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