São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 1997
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Lições do crash

GILBERTO DIMENSTEIN

O pavor do crash global, detonado a partir da Ásia, valorizou ainda mais documento que virou referência nos EUA com dicas sobre como sobreviver no mercado de trabalho.
Produzido no ano passado, o texto tem um único objetivo: tentar antecipar que tipo de atitude o trabalhador deve assumir para prosperar numa economia globalizada, movida a incessantes e cada vez mais velozes descobertas tecnológicas.
A questão foi lançada a dezenas de personalidades de sucesso, passando por empresários, administradores de empresas, educadores, psicólogos e até especialistas em recursos humanos. Daí a matéria-prima para o texto.
Encomendado pela Associação das Escolas dos EUA, o levantamento apontou como uma das prioridades ensinar geografia mundial e línguas, estimulando o interesse pela diversidade -duas extraordinárias carências tanto entre americanos como brasileiros.
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Terremotos financeiros lançados de lugares como Coréia do Sul ou produtos importados que destroem empregos nacionais mostram que o trabalhador do futuro deve ter necessariamente uma visão internacional.
Logo, devem ser educados para uma visão cosmopolita, assim como aprendem ciências ou matemática.
Um fato mostra como ainda, no Brasil, estamos longe dessa meta. Apenas uma ínfima minoria dos leitores acompanha com regularidade as editorias de Exterior.
Coloque o mapa na frente de um aluno de segundo grau e pergunte onde fica a Indonésia ou Nigéria. O resultado vai ser exatamente como nos EUA -um desastre.
Essa falta de cosmopolitismo vai de alto a baixo. Veja quantos parlamentares brasileiros acompanham, com profundidade, o que acontece pelo mundo.
Contam-se literalmente nos dedos. Vivi em Brasília por 13 anos e teria dificuldade de fazer uma lista com dez nomes; de cabeça, só me lembro de Delfim Netto, Roberto Campos, José Serra, Fernando Gabeira e José Sarney.
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Para acompanhar o ritmo global, faculdades americanas, em especial de administração, criam ramificações em outros países e estimulam seus alunos a trabalhar no exterior.
"Conhecer o mundo virou parte obrigatória do currículo. E conhecer não apenas viajando, mas vivendo no exterior", afirma José Alexandre Sheikmann, diretor da Faculdade de Economia de Chicago.
Afinal, os países exercem tamanho e tão rápido impacto que viraram, na prática, bairros.
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PS - Com o título de "Habilidades Globais", separei o texto, já citado na coluna, agora traduzido integralmente para o português, no seguinte endereço: www.aprendiz.com/

E-mail: gdimen@aol.com

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