São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PFL propõe empréstimo compulsório

DA REPORTAGEM LOCAL

Na tentativa de produzir uma alternativa ao aumento do Imposto de Renda, o PFL chegou a propor ontem a criação de um empréstimo compulsório a ser devolvido ao contribuinte no prazo de dois anos, com juros de caderneta de poupança. Para aumentar a credibilidade do tal empréstimo, sua garantia seria parte das ações que a União detém na Petrobrás.
A proposta foi formulada em reunião da cúpula pefelista pelo economista Paulo Rabelo, mas não ganhou o apoio unânime do partido. E muito menos chegou a ser levada a sério pelo governo.
Até hoje, o governo não devolveu aos contribuintes os recursos arrecadados com o empréstimo compulsório sobre combustíveis, criado quando se procurava preservar o Plano Cruzado, de 86.
Desde o início da reação do PFL à cobrança do adicional de 10% do Imposto de Renda da Pessoa Física e ao corte de incentivos fiscais, o maior partido da base governista já produziu uma dezena de alternativas. Até agora, nenhuma delas obteve o aval ou a simpatia do pefelista e secretário da Receita Federal, Everardo Maciel.
Refrigerantes
Entre as novidades de ontem, os pefelistas imaginaram até o corte de incentivos dados a xaropes usados na produção de refrigerantes, estimados em R$ 500 milhões ao ano. "Refrigerante não é algo que valha mesmo muito em termos nutricionais", disse o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), integrante da comissão especial que analisa a medida provisória que aumentou o IR.
Entre as alternativas do dia apresentadas ao governo estava também o fim de incentivos dados a empresas para sua capitalização. Segundo o autor da idéia, deputado Mussa Demes (PFL-PI), a proposta poderia render R$ 1 bilhão.
Uma das primeiras alternativas apresentadas pelo PFL foi reduzir o repasse da União aos fundos de previdência das estatais. Divulgada pelo líder na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), a idéia foi freada pelo ministro da Previdência e pefelista Reinhold Stephanes.
Segundo o ministro, a redução depende de emenda constitucional e renderia apenas R$ 650 milhões, em vez dos R$ 5 bilhões propalados pelo líder.

Texto Anterior: Como anda o pacote fiscal
Próximo Texto: Comissão aprova projeto sobre concessões
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.