São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 1997
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O pai do povo

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

- Presidente, o que o povo pode esperar de 98?
Era o próprio "povo" que perguntava, na propaganda do PSDB. Era tratado assim, "povo". Da locução:
- O povo pergunta e o presidente responde. Como vai ser 98. Como ficam os preços. O seu salário.
É um presidente com todas as respostas, por mais que não passe de outro perplexo com o que acontece pelo mundo. No dizer do "pai do povo":
- O importante é defender o interesse do povo.
Curioso que a propaganda venha depois da quebra da estabilidade, que permite demitir aos milhares, e do desemprego recorde.
Nenhum problema, para FHC. Ele combate, não o desemprego, mas o índice. Segundo o SBT, ele teria declarado ontem:
- Os números no Brasil são manipulados...
Na Globo News, olhando para Kandir e falando "não é isso?", FHC dizia:
- O índice tem que ser visto em seu contexto...
Então está bem. O presidente fala e o povo que faça de conta que acredita.
*
- Estamos fazendo o que dissemos: retomada do crescimento, decência na vida pública, reforma agrária...
Acredite.
*
Inocêncio Oliveira ressurgiu depois da trégua para aprovar o fim da estabilidade e jogou no ar, na Globo e demais, uma proposta que só rindo. No Jornal da Record:
- PFL propõe empréstimo compulsório em lugar do aumento de imposto.
Primeiro foi o aumento da CPMF, agora o empréstimo compulsório.
São piadas, obviamente. Assim como é jogo de cena a defesa da "classe média", no discurso de ACM.
FHC e ACM conversaram ontem. Como indicou o SBT, procuram um final honroso para a comédia.

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