São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 1997
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Conselho do clube vai reabrir investigação

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) da Lusa vai reabrir a investigação sobre a venda do lateral-esquerdo Zé Roberto ao Real Madrid, ocorrida no final de fevereiro deste ano.
"Estou muitíssimo propenso. É praticamente certo. Só quero conversar com algumas pessoas antes", disse o presidente do COF, Antonio de Almeida e Silva.
O motivo da reabertura é a reportagem que a Folha publicou na edição de ontem, mostrando que nos documentos há uma diferença de US$ 5,38 milhões entre o que o Real Madrid pagou por Zé Roberto e o que a Lusa recebeu.
Essa diferença surgiu porque Lusa, Real Madrid e o intermediário da negociação, o agente credenciado da Fifa Juan Figer, decidiram fazer a venda passar pelo Central Español, do Uruguai.
No mesmo dia, o Central comprou Zé Roberto da Lusa por US$ 4,6 milhões e o revendeu por US$ 9,98 milhões.
"Esses números já haviam sido analisados pela comissão anterior, mas há aspectos que podem não ter sido levados em conta", acrescentou Almeida e Silva. "E, além disso, excesso de investigação não é nenhum mal."
Em maio, quando já havia surgido as primeiras evidências de que a operação poderia ter sido irregular, o COF formou uma comissão com três ex-presidentes, Raul Rodrigues, Arnaldo Faria de Sá e Manoel Mendes Gregório.
A comissão não descobriu nenhuma prova de ilicitude, mas no relatório disse que havia faltado "transparência" ao negócio e pediu que o caso fosse levado adiante e que fossem apuradas as responsabilidades.
O plenário do COF, no entanto, rejeitou o relatório e considerou a operação normal.
Faria de Sá, uma das pessoas que Almeida e Silva pretende ouvir, declarou à Folha que defende a reabertura do caso.
"No primeiro relatório, já estava claro que teve qualquer coisa de errado nessa venda", disse ele, negando que tenha pretensões de voltar a ocupar cargos no clube.
Segundo Almeida e Silva, se for constatada que houve prejuízo para a Lusa, o presidente Manoel Gonçalves Pacheco poderá sofrer processo de impeachment.

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