São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 1997
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Lira lançou Itamar Assumpção e Titãs

ANA CRISTINA PESSINI

Outros nichos de novos talentos, mesmo que o lugar em si não represente novidade na noite paulistana, continuam sendo o Piccolo Espaço Cultural (com as Sextas Cabaré), o Supremo (com a sala Supremo Musical), o Projeto Equilíbrio (com Dezenove com Equilíbrio) e o Avenida Club.
Zeca Baleiro e Rita Ribeiro despontaram no Piccollo, Virgínia Rosa e Mônica Salmaso no Supremo, e Trio Virgulino no Equilíbrio. Os Heartbrakers se tornar conhecidos no Avenida.
Maurício Pereira e André Abujamra, que compunham Os Mulheres Negras, começaram no extinto Espaço Off. "A melhor coisa que uma banda pode fazer é tocar em todos os lugares, já que no começo o boca-a-boca é muito importante", aconselha Abujamra, que lança o segundo CD de sua banda, o Karnak, de 3 a 7 no KVA.
Pereira, que prefere se apresentar em lugares pequenos, acredita que essas casas continuam sendo lugares de resistência, de "guerrilha poética". Mas com a diferença, segundo ele, de que as casas mais antigas eram mais "mundanas" enquanto as atuais são mais "culturais". Os "tempos mundanos" são lembrados com saudades pelo ex-proprietário do Lira Paulistana, Wilson Souto. "O público que frequentava o Lira ía muitas vezes sem saber a programação, pois sabia que ía encontrar alguma coisa nova e boa. Esse público curioso, no entanto, não existe mais", diz.
Berço da chamada "vanguarda paulistana", que lançou Itamar Assumpção e os Titãs, o Lira fechou em 86. Segundo Souto, houve uma descontinuidade nas gerações seguintes de artistas."Mas a oferta de talentos está recomeçando", afirma Marco Fentanes, proprietário do Teatro Mambembe, que promovia jam sessions e eventos como o Mistura Fina. "Mesmo que muitas vezes mantidas pela vaidade, pelo sonho, essas casas continuam sendo fundamentais tanto para os artistas quanto para o público."

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