São Paulo, sábado, 29 de novembro de 1997
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Garoto leva choque em clube e fica em coma

DA REPORTAGEM LOCAL; DA "FOLHA DA TARDE"

O estudante Guilherme Orlando Gunther, 13, entrou em coma após receber um choque elétrico quando brincava no clube Paulistano, no Jardim América (zona sudoeste de São Paulo), anteontem à noite.
O acidente aconteceu quando Guilherme se encostou em um andaime que envolvia uma palmeira, onde estavam sendo colocados enfeites de Natal. Como o andaime estava eletrificado, Guilherme levou o choque, que provocou parada cardíaca e respiratória.
O estudante foi salvo por um médico que estava jogando futebol no clube e conseguiu reanimá-lo. Ele foi levado ao Instituto Dante Pazzanezi e transferido para o hospital Sírio Libanês, onde permanecia em coma até a noite de ontem.
A diretoria do Paulistano divulgou uma nota lamentando o acidente e afirmando que irá se responsabilizar pelo tratamento. Na nota, o clube também informa que instaurou uma sindicância que tem cinco dias para apurar as responsabilidades pelo acidente (leia a íntegra da nota abaixo).
A polícia também instaurou um inquérito para descobrir o que causou o acidente.
O irmão de Guilherme, Marcelo Gunther, 19, falou que o estudante estava brincando com a bolinha de tênis com um amigo em uma piscina de recreação, onde há dois gols de pólo aquático. "A bolinha caiu no canteiro da palmeira e ele foi buscar. Quando se encostou no andaime, ele levou o choque e ficou grudado", explicou Marcelo.
Segundo ele, o amigo que estava na piscina correu e empurrou Guilherme, que caiu desacordado. Em seguida, jogadores de pólo aquático que treinavam na piscina tentaram socorrer o garoto.
Em poucos minutos, o médico cardiologista Jorge Eduardo Assef, 38, que estava jogando futebol, chegou à piscina. O médico do clube chegou logo em seguida com uma maleta de primeiros socorros.
Assef contou que passou a fazer massagem cardíaca no garoto e o entubou para ele recuperar a respiração. "Como o garoto vomitou o tubo, eu passei a fazer respiração boca a boca. Quando os pulmões expandiram, eu o levei ao hospital", relatou Assef.
No Dante Pazzaneze, o coração voltou a bater novamente e a pressão de Guilherme subiu. Como ele sangrava pelo ouvido esquerdo, Assef decidiu levá-lo ao Sírio Libanês, onde ele entrou em coma.
O comerciante Newton Gunther, 59, pai de Guilherme, chegou à piscina quando seu filho era reanimado. "Eu o reconheci quando vi seu pé roxo", contou.
Ele não decidiu se pretende acionar judicialmente o clube, mas disse que exige ver os responsáveis punidos. "Não quero crucificar ninguém, mas os responsáveis devem arcar com o que aconteceu."

Colaborou a "Folha da Tarde"

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