São Paulo, sábado, 29 de novembro de 1997 |
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Segmento já previa demissões antes da alta das taxas de juros
SÉRGIO LÍRIO
Desde o anúncio da elevação das taxas, no entanto, o Sindipeças vem utilizando o número para tentar arrancar um acordo com os trabalhadores que reduza os custos do setor. Na verdade, o processo de demissões nas autopeças, um dos setores mais atingidos pela abertura econômica, vem se desenrolando na última década. Entre 88 e 97, as indústrias instaladas no Estado de São Paulo reduziram de 340 mil para 193 mil o número de empregados. O principal negociador do Sindipeças, Dráuzio Rangel, admite que essas demissões já eram esperadas, mas diz que os juros tendem a agravar a situação. "Esse é o momento para que trabalhadores e empresas busquem um caminho conjunto para impedir que as demissões continuem." Na opinião de Rangel, só a redução da jornada, com diminuição proporcional de salários, pode preservar esses empregos. Antes das mudanças no pacote fiscal anunciadas no final da tarde de ontem, a expectativa do Sindipeças era uma redução de 40% na produção em 98 por culpa das altas taxas de juro e de medidas como o aumento do IPI. As autopeças devem faturar US$ 16,5 bilhões em 97 e, pela primeira vez em seis anos, a rentabilidade do setor deve crescer -a estimativa é de 1%. O vice-presidente do Sindipeças, Thales Peçanha, disse acreditar que o acordo entre trabalhadores e empresas será fechado na próxima semana. "Eu acredito na sensibilidade dos metalúrgicos. Acho que será possível chegar a uma solução negociada que evite os impactos dos juros sobre o emprego." (SL) Texto Anterior: Corte em incentivos cai de 50% para 20% e aumenta ano a ano Próximo Texto: Acordo com empresa deve garantir a criação de 50 vagas Índice |
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