São Paulo, domingo, 30 de novembro de 1997![]() |
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País da tequila teme agora 'efeito samba'
CÉLIA GOLVÊA FRANCO
Também se discute no México se as situações dos dois países são parecidas, apenas com um intervalo de alguns anos. "É surpreendente como o Brasil de 1997 se assemelha ao México de 1993. Não deveria surpreender, portanto, que em 1998 aconteça o mesmo que ocorreu com o México em 1994", comenta Juan Carlos Maussán, da Sociedade Mexicana de Analistas Fundamentais, baseando-se nos déficits nas contas externas e na política cambial do México em 1994 e do Brasil atualmente. Para Maussán, a única dúvida sobre a desvalorização do real é quando isso ocorrerá: o governo tentará ao máximo adiá-la para depois das eleições. Essa opinião não é unânime, é claro. "O Brasil adotou um pacote fiscal preventivo, não repetindo o erro do México, que agiu muito tarde há três anos", rebate, por exemplo, Alejandro Valenzuela, do Ministério da Fazenda mexicano. O economista Mariano Ruiz-Funes Macedo diz que "não tenho certeza se os brasileiros aceitariam uma política econômica tão severa quanto à adotada pelo México em 1995". Para o PRI (Partido Revolucionário Institucional), o programa econômico do presidente Zedillo custou caro: em julho, o partido perdeu pela primeira vez a maioria na Câmara dos Deputados e agora enfrenta uma acirrada oposição às propostas governistas para o Orçamento de 1998. O PRI perdeu também as eleições para a escolha de governador do Distrito Federal, vencidas por Cuauhtémoc Cárdenas, do PRD (Partido Revolucionário Democrático). O maior cabo eleitoral de Cárdenas, diz um dos seus assessores, foram os problemas econômicos da classe média e dos pobres desde o final de 1994. (CGF) Texto Anterior: Exportação sobe 80% e atingirá US$ 110 bi Próximo Texto: Cai o padrão de vida da classe média Índice |
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