São Paulo, domingo, 30 de novembro de 1997 |
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Testar carro é para quem tem experiência e preparo físico
MICHEL GAWENDO
Em alguns casos, eles andam em alta velocidade, brecam repentinamente e rodopiam de propósito para avaliar freios, pneus e estabilidade. Tudo de uma só vez. Haja coração e muque. Todo o carro passa por uma série de avaliações antes de chegar ao mercado. Por isso as montadoras mantêm profissionais que conhecem mecânica e que podem ajudar no desenvolvimento e na manutenção da qualidade dos carros. Nas fábricas nacionais, esses profissionais são submetidos a cursos específicos sobre os componentes do produto a ser lançado. Atuam junto aos departamentos de engenharia, que monitoram os resultados dos testes. O trabalho prevê a medição de várias especificidades do carro, como segurança, durabilidade, conforto, resistência e modificações estruturais ou dos componentes. A General Motors tem uma equipe de 175 pessoas só para esse fim. Fazem parte desse grupo pilotos, engenheiros e motoristas. A fábrica da Fiat, em Betim (Minas Gerais), mantém 200 profissionais da área. Ford e Volkswagen empregam, respectivamente, 180 e 80. Pilotos e motoristas são treinados para dirigir em pistas particulares, ruas e estradas. Alguns carros chegam a rodar até 300 mil km antes de entrar no mercado. Para ser motorista ou piloto de teste, o candidato precisa ter carteira de habilitação profissional (classes D ou E). Competição Já nas categorias de competição é muito mais difícil ser um piloto de teste. Em geral, os pilotos que disputam a prova preferem avaliar seus carros. "Mas o ideal é a equipe ter um profissional experiente, que conheça bem o carro e suas reações", diz Affonso Giafone, 54, ex-piloto e dono da equipe GR5. "Piloto de competição atua em uma área muito restrita", diz Gabriel Marazzi, diretor do Curso Marazzi de Pilotagem. Ele fechou o curso especializado para piloto de teste por falta de procura. Mantém apenas o curso de pilotagem, que qualquer pessoa pode participar. Os pilotos mais experientes das categorias de competição conseguem ainda fazer testes para fabricantes de carros e de autopeças. Adalberto Jardim, 39, já fez testes para fábricas de pneu, câmbio e freio. Ele é profissional de competições há 20 anos. Atualmente, participa dos campeonatos de Stock Car, Truck (caminhão) e Fórmula Pálio. Para tentar ser piloto de teste de carros de competição, é necessário seguir a carreira normal de piloto e ter pelo menos a habilitação específica concedida pela CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo). Cursos ministrados no autódromo José Carlos Pacce (Interlagos) são homologados pela CBA. Texto Anterior: Quatro fontes financiam sindicatos Próximo Texto: No começo, piloto competia com uma Brasília Índice |
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