São Paulo, domingo, 30 de novembro de 1997
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Modelo é inspirado no fascismo

DA REPORTAGEM LOCAL

O movimento sindical que a maioria dos brasileiros tem na memória é aquele que explodia em grandes greves na região do ABC paulista no final dos anos 70.
O mesmo que levou à criação do PT (Partido dos Trabalhadores) e alçou Lula, o Luiz Inácio da Silva, da porta das fábricas para o Congresso Nacional.
Naquele momento, em 1978, o movimento sindical saía da catacumba em que se encontrava desde o movimento militar de 64. Recuperava o fôlego e tornava-se um forte aliado das forças que lutavam pela redemocratização do país. Os pilares desse movimento eram sindicatos de caráter ideológico.
Hoje, as bandeiras são outras, mas as raízes do sindicalismo brasileiro estão fincadas no Estado Novo -o governo ditatorial de Getúlio Vargas, que começou nos anos 30 e sofreu forte influência do modelo fascista do italiano Benito Mussolini (1883-1945).
Isso significa que o Estado sempre interferiu de forma determinante no funcionamento da estrutura sindical do país.
Foi o Estado quem definiu que não pode haver mais de um sindicato por categoria profissional em uma mesma região e que instituiu um imposto para financiar entidades sindicais. Parte das conquistas acabou parecendo "doação", principalmente durante o período de Vargas (1930-45).
O movimento militar interveio em entidades. O ciclo só foi quebrado no final dos anos 70, com o movimento no ABC paulista.

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