São Paulo, domingo, 30 de novembro de 1997 |
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Boca luta pelo título em nome das ações
LÉO GERCHMANN
São dois os fatores que levam os torcedores do time e os investidores a esperar com ansiedade pelo término do ano: a provável venda de Hector Mauricio Pineda para a Udinese, da Itália, e a possibilidade de os demais jogadores saírem valorizados depois de uma eventual conquista do torneio Apertura, o título argentino do semestre. O único fator até agora que levou o valor das ações a sofrer algumas oscilações foi aquele mesmo que fez todo o mercado acionário argentino, brasileiro, japonês, coreano, europeu, norte-americano tremer no segundo semestre: "o crash das bolsas". Nem a vitória empolgante no "superclássico" contra o arqui-rival River Plate e nem mesmo o fato de o mito Diego Armando Maradona ter deixado o futebol. Nada disso fez com que as 124.308 cotas vendidas no mercado de ações por US$ 100 cada uma sofressem variações importantes no seu valor de US$ 96. O negócio do Boca sempre foi e continua sendo o futebol. Por isso, o que vai mexer com o índice das suas ações, segundo Ricardo Torres, gerente da Xeneize, a sociedade que gerencia o fundo acionário do clube, é o próprio futebol. Trunfos No último dia 13, a Udinese levou Pineda para a Itália, por um empréstimo de US$ 300 mil. Se, depois de quatro meses, o passe do jogador for comprado pelo preço fixado, de US$ 2,8 milhões, o fundo terá 10% de lucro. Se o Boca conseguir superar o River na disputa pela ponta do campeonato, todos os 11 jogadores inscritos no fundo (veja quadro) terão os seus passes valorizados. Esses atletas têm menos de 24 anos. Para integrar o fundo, nenhum deles pode ter idade superior a 26. Em caso de venda do passe, o Boca tem o direito de ficar com 50% sobre o valor da negociação. A avaliação dos jogadores é feita por um comitê composto de 14 pessoas, entre as quais há ex-jogadores com passagem marcante pelo clube, empresários, dirigentes (incluindo o presidente Mauricio Macri) e até mesmo o atual técnico da equipe, Hector Veira. Como qualquer empresa que tenha todo ou parte do seu patrimônio dividido em ações, vale muito a expectativa, que atrai ou afasta os investidores. No caso de uma conquista do título, segundo Roberto Botta, o contador da Xeneize, o Boca ficaria na mesma situação que uma empresa que goza de boa saúde financeira. Texto Anterior: Brasileiro faz 'diplomacia' Próximo Texto: Time lança produtos próprios Índice |
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