São Paulo, domingo, 30 de novembro de 1997
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Francofonia; Promessas de políticos; Vingança nas urnas; Governo arcaico; Amnésia política; Autoritarismo; Governos incompetentes; Multas injustas; Ofensiva eclesiástica; A praça é nossa

Francofonia
"A reportagem do jornalista João Batista Natali, 'País tenta recuperar restos de prestígio', publicada na Folha, em 14/11, é muito interessante, mas revela o nível de desinformação sistemática no que diz respeito à política da França e à formação da União Européia.
A França é a quarta potência econômica mundial, membro permanente do Conselho de Segurança, potência nuclear e primeira colocada mundial em nível de qualidade de vida (critérios da ONU).
No que diz respeito à Europa, sua unificação permitirá às potências européias conservar os seus lugares no ranking mundial e, ao mesmo tempo, construir um bloco econômico, social, cultural e militar que acabará com o mundo unipolar no qual vivemos atualmente.
Para o seu conhecimento, a Multicanal voltou a transmitir o canal francês e o alemão, cedendo às pressões dessas comunidades."
Jean-Pierre Long (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista João Batista Natali - Não houve desinformação, nem tampouco menção à posição da França entre as economias mundiais. O que afirmei -e mantenho- é que no quadro da União Européia, delineada por Maastricht, os franceses reconheceram e oficializaram a superioridade econômica alemã, tanto que será em Frankfurt e não em Paris que o euro, a moeda unificada, terá seu banco central. Por fim, é verdade que as empresas de TV paga recomeçaram a distribuir o sinal da TV5, canal em idioma francês indevidamente qualificado de desinteressante porque "étnico".

Promessas de políticos
"Infelizmente, os nossos políticos só têm conhecimento das dificuldades pelas quais passam os brasileiros quando se aproximam as eleições.
Muitos aparecem na TV, como verdadeiros santos e altamente competentes, dizendo ao povo que, se eleitos ou reeleitos, tudo farão para melhorar a educação, a saúde, o plano habitacional, a segurança pública etc. e, uma vez vitoriosos, desaparecem."
Edson Nogaroto (São José do Rio Preto, SP)

Vingança nas urnas
"No dia 26 de novembro de 1997 FHC conseguiu cassar a estabilidade do funcionário público. Em 3 de outubro de 1998 cassarei o que FHC mais deseja: emprego de oito anos na Presidência da República.
Já me decidi: ele merece apenas quatro anos."
Odair Medeiros (Santo Antônio da Platina, PR)

Governo arcaico
"Gostaria de destacar a aprovação pelo Congresso Nacional da quebra de estabilidade dos servidores públicos. O que não entendo são as críticas do nosso ex-presidente Itamar Franco quanto ao fato. O que o sr. Itamar precisa entender é que está na hora de acabar com esse conceito arcaico de que trabalhar para o governo é ter emprego para o resto da vida.
O que as máquinas administrativas precisam é de trabalho e competência -não estabilidade paleozóica."
Manoel A. Santos (Uberlândia, MG)

Amnésia política
"Não consigo entender como pode a Folha gastar um espaço enorme, aos domingos, com os artigos publicados por Roberto Campos. Para aumentar a dose, a Folha concedeu mais de meia página ao senador José Serra para rebater crítica de Bob Fields, à pág. 1-3 (Opinião) de 25/11.
Acredito que a Folha esqueceu da história política do país, ou melhor, só a usa quando faz o seu comercial de TV. Lamentavelmente, a maioria da população não conhece a nossa história.
Não fosse isso, 50% dos políticos em exercício de mandato não seriam eleitos. Povo que não conhece a sua própria história é povo submisso."
José Kanawate (Ponta Grossa, PR)

Autoritarismo
"Vivemos, novamente, sob um enorme risco de autoritarismo. Perigo esse que, infelizmente, a população não mais abomina, ao defender o controle dos meios de comunicação e abster-se da discussão sobre a liberdade de expressão.
Os brasileiros devem lembrar que bem-estar social é saúde e educação para todos -a segurança já é um reflexo do pesado investimento nos dois últimos. Não aceitemos que nos empurrem goela abaixo medidas autoritárias, pois, por menos importantes que sejam, incentivam sua própria disseminação. Lutemos, então, por nossos ideais e desejos, sempre levando em consideração o comum a todos."
Márcio Leal Gonçalves (Santos, SP)

Governos incompetentes
"O paulistano tem padecido nas mãos de seus governantes. Como se já não bastassem as recentes penas impostas pelo governo federal, temos de suportar um governador inoperante, em cuja administração a criminalidade atinge altos índices.
Para completar, a cidade de São Paulo conta com o mais inexpressivo de todos os prefeitos de sua história. O transporte público, o lixo, os buracos, os engarrafamentos inacabáveis e as enchentes que estão por vir fazem do cidadão paulistano verdadeiro 'sobrevivente de guerra'."
Daniel Rocha (Guarulhos, SP)

Multas injustas
"As multas fotográficas aplicadas pelo DSV estão se tornando abusivas. Esse órgão deveria saber que o sinal amarelo significa advertência. Na troca do verde para o amarelo a multa é inevitável quando o automóvel se encontra no meio do cruzamento. Isso é um absurdo que está lesando o contribuinte."
Wilton José Guedes da Fonseca (São Paulo, SP)

Ofensiva eclesiástica
"As imagens do padre católico que expôs pessoas nascidas após estupro, na campanha que fazia contra o aborto no Congresso, são deprimentes e fazem jus à participação em algum daqueles programas de domingo do tipo mundo cão.
Foi um ato incrível de insensibilidade do padre, que apenas desejava reforçar seus argumentos contra a lei do aborto."
Arnaldo Giraldo (São Paulo, SP)

A praça é nossa
"Feira de artesanato: seria bom que alguém tentasse explicar aos leitores que enviaram carta ao 'Painel do Leitor' em 27/11, Jaime Pinsky e Carla Bassanezi, que referencial cultural não é endereço e graças à luz dada ao nosso alcaide estamos com a praça da República limpa, sem crack e trombadões..."
Domingos Fontan (São Paulo, SP)
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"Ao tomar a decisão de acabar com a feira da República, por que será que deram tanta ênfase ao tráfico e consumo de drogas? A meu ver não é com a expulsão de artesãos de uma feira cultural que o tráfico e o consumo de drogas irão acabar ou até diminuir.
A feira existe há mais de 40 anos e é um dos pontos turísticos de São Paulo, inclusive consta em todos os nossos guias de turismo.
O problema não deve ser transferido, mas, sim, resolvido pela raiz."
Silvia Iara Cassiano Ribeiro (São Paulo, SP)

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