São Paulo, domingo, 30 de novembro de 1997
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Adesão ao sistema exige pesquisa

DANIELA AUGUSTO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A loja de brinquedos Ri Happy, a empresa de reformas Surface Doctor, o fast food de comida italiana Bravo e a loja de molduras Fast Frame atuam em áreas diferentes, mas têm algo em comum.
Todas estão começando a captar franqueados e, por conta disso, são classificadas pela ABF (Associação Brasileira de Franchising) como pré-franqueadoras.
Mas, para colocar seu negócio no mercado, o empresário deve seguir algumas regras. "O produto ou o serviço devem ser uma tendência e não, uma moda", afirma o consultor André Friedheim, 29, da Prof Franchising.
Se alguém se interessar em abrir uma unidade do seu negócio, isso pode ser um bom indicativo de que ele é "franqueável", afirma o consultor.
Além disso, diz ele, as redes devem oferecer suporte operacional e mercadológico ao franqueado.
Em primeiro lugar, é preciso verificar o potencial de "franqueabilidade" do negócio. "Nessa etapa, avaliam-se as expectativas do franqueador e do franqueado, além da análise de todos cálculos sobre o empreendimento." Outro ponto importante é a avaliação da concorrência e do mercado.
Após essa etapa, devem ser definidos o conceito da franquia, a política de expansão, os aspectos operacionais do negócio, as taxas e os valores a serem cobrados, os serviços, os benefícios oferecidos aos franqueados e o perfil do franqueado ideal.
A ABF classifica as empresas franqueadoras quanto ao número de franquias vendidas. Os critérios de classificação são os mesmos para empresas estrangeiras, mesmo que tenham inúmeras unidades em outros países (veja quadro).
Antes de ser aceita como uma rede pré-franqueadora, a empresa precisa ter todos os seus documentos aprovados pela Comissão de Ética da associação.
Para Friedheim, é muito importante que toda empresa franqueadora seja filiada à ABF. "A instituição divulga, defende e promove o desenvolvimento técnico e institucional do sistema."
A ABF ministra um seminário de orientação para empresários que pretendem se tornar franqueadores. O curso custa R$ 100 e é realizado na sede da associação.
Tempo de seleção
O tempo médio para encontrar o primeiro franqueado da rede varia de empresa para empresa.
Algumas vendem sua primeira franquia assim que termina o processo de formatação. Outras, em função do conceito e dos valores envolvidos, podem demorar até um ano para ter o primeiro franqueado, diz Romualdo Destro, 49, diretor-executivo da ABF.
A padaria e lanchonete Uno & Due é um bom exemplo de empresa que logo conseguiu o seu primeiro franqueado.
Nelson M. Claro, 31, sócio da empresa, nem chegou a divulgar seu sistema de franquia. "Assim que acabamos o processo de formatação já apareceu um candidato perguntando sobre as franquias da rede. Ele caiu da céu", comemora.
A empresa, que oferece todos os produtos de uma padaria comum, comercializa também sanduíches frios. A Uno & Due tem três unidades próprias, todas na cidade de São Paulo, e uma franqueada, na Liberdade (zona central).
Há também empresas que acabaram o processo de formatação, mas ainda não têm candidatos, como a italiana Bravo, especializada em fast food. Giuseppe Ferrua, 49, dono, comenta que prefere candidatos da Grande São Paulo.
A empresa já está conveniada com a ABF, mas ainda não divulgou seu sistema de franchising.

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