São Paulo, terça-feira, 2 de dezembro de 1997
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São Paulo quer plantar café robusta

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O plantio de café está sendo apontado como uma opção econômica para a região da Alta Paulista, no noroeste de São Paulo.
Reunidos no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado, representantes da cadeia produtiva do café anunciaram a intenção de plantar na região 30 mil ha de café robusta na região.
"O robusta interessa para São Paulo porque aqui está grande parte das indústrias de café solúvel e das torrefadoras nacionais, que o aproveitam em suas misturas."
Apesar disso, continua, o Estado não planta esse tipo de café, tendo que importar anualmente 1,8 milhão de sacas do Espírito Santo, de Rondônia e da Indonésia.
Para o chefe da assessoria técnica da Secretaria de Agricultura de São Paulo, Otávio Sampaio Gutierrez, o café seria um bom negócio para os produtores da Alta Paulista.
"A região está empobrecida atualmente, mas reúne todas as condições para o plantio do café robusta", afirma.
Segundo Gutierrez, o clima quente e úmido da região é propício para o robusta.
"Além disso, devido à sua topografia acidentada, é uma região com vocação para culturas perenes", diz.
Segundo ele, uma área de 3 ha é suficiente para se obter boa rentabilidade com o café robusta.
Os financiamentos para o plantio seriam feitos através de linhas de crédito oficiais, como o Pronaf, e da própria iniciativa privada.
"Como sabemos que os pequenos têm dificuldades em obter financiamento dos bancos, a idéia é juntar vários contratos e colocar as indústrias, interessadas na obtenção da matéria-prima, como avalistas", diz.
Para o presidente da Garcafé (Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Garça), Manoel Vicente Bertone, porém, há pelo menos uma preocupação relacionada ao plantio de café robusta no Estado.
"É um café com maior incidência de broca e não pode ser plantado em regiões próximas de lavouras com café arábica", afirma.
Ele diz, no entanto, que o café robusta é importante para o Estado por conta da demanda das indústrias de café solúvel.
Especiais
Além dos 30 mil ha de café robusta, os planos do setor cafeeiro paulista incluem o plantio de outros 20 mil ha destinados à produção de cafés especiais.
Com isso, a área de café plantada em todo o Estado passaria de 230 mil ha para 280 mil ha.
O aumento na área plantada faz parte de um plano de investimentos do setor da ordem de R$ 400 milhões, dos quais R$ 250 milhões seriam aplicados na lavoura.
"Outros R$ 120 milhões serão destinados à indústria e R$ 30 milhões aos demais segmentos da cafeicultura, como o setor de máquinas agrícolas", diz Herszcowicsz.

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