São Paulo, terça-feira, 2 de dezembro de 1997
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Candidatos no Rio já estão nas ruas

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

Uma campanha eleitoral peculiar e antecipada agita a política do Rio. A pouco menos de um ano das eleições de 98, já agem como candidatos três potenciais postulantes ao Palácio Guanabara: o governador Marcello Alencar (PSDB), o ex-prefeito Cesar Maia (PFL) e o prefeito de Campos, Anthony Garotinho (PDT).
Visitas a bairros pobres, conversas com eleitores e anúncios na televisão são armas em comum entre os dois candidatos assumidos (Alencar e Maia) e um político que, por enquanto, resiste a assumir a candidatura (Garotinho).
Maia dedica pelo menos três dias por semana a visitar municípios da Baixada Fluminense e interior. Sua passagem pelas cidades inclui corpo-a-corpo nas ruas, almoços com lideranças e palestras.
"Ando pelo comércio, apresento-me às pessoas e, se alguém quer falar comigo, paro imediatamente e escuto", conta Maia, que também aparece em inserções no rádio e na TV fazendo, no espaço do PFL, ataques ao governador.
Dizendo-se candidato à reeleição, o governador Marcello Alencar desloca-se de helicóptero pelo interior e aproveita visitas a obras para fazer contatos com os eleitores e os políticos locais.
"Tenho bom relacionamento com todos os prefeitos do Estado", costuma comentar Alencar, que atribuiu às suas viagens o bom trânsito que diz ter no interior.
Alencar acha que visitas a obras de grande visibilidade -como a expansão do metrô a Copacabana e Pavuna e reformas de estradas- lhe garantem visibilidade política.
No rádio e na televisão, sua arma é o slogan "Primeiro a gente faz, depois a gente fala", criado por Duda Mendonça, o publicitário responsável pela campanha vitoriosa do atual prefeito de São Paulo, Celso Pitta (PPB).
O bordão é usado na propaganda de seu governo, mas foi popularizado em anúncios do PSDB e do PSD. Neles, Alencar aparecia falando de sua administração.
Nos anúncios do governo, Alencar não é mencionado, mas são divulgadas informações sobre os seus principais programas.
Dúvida
O pedetista Anthony Garotinho diz que ainda não sabe se será candidato, mas muitas vezes age como tal. A Folha apurou que a cúpula nacional do PDT considera indispensável lançar sua candidatura ao governo do Rio em 98.
Garotinho tem aparecido em anúncios do PDT, exibidos em emissoras de rádio e de televisão, atacando o governo do Estado e repetindo o slogan: "Quem prometeu e não fez perdeu a vez".
Além disso, percorre diariamente os bairros de Campos e conversa com eleitores. Ele se prepara para concluir e entregar à população, até março, mais de 150 obras na cidade, em um total de R$ 10 milhões em investimentos.
Garotinho também dobrou o piso salarial dos professores, lançou programas sociais e liberou vantagens, promoções e quinquênios do funcionalismo que estavam retidos desde o governo anterior.
Bom comunicador, todo dia fala por pelo menos 40 minutos às rádios de Campos. Nem assim assume que é candidato. "Muita coisa ainda vai rolar", afirma.
Prefeito de Campos pela segunda vez, Garotinho enfrenta resistências na cidade à idéia de deixar o cargo para concorrer ao governo estadual. Ele quer realizar em março um plebiscito na cidade sobre a questão. Diz que só concorrerá se obtiver apoio de pelo menos 74% dos consultados.

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