São Paulo, terça-feira, 2 de dezembro de 1997
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Vitória do futebol planejado

ROGÉRIO SIMÕES

Desta vez não faltará ninguém.
Os países que mais investiram na organização de seu futebol conseguiram garantir presença na Copa de 98, mostrando que grandes campeonatos nacionais -com poucas equipes e regras claras de rebaixamento- também geram seleções competitivas.
Com a volta de Inglaterra e França e a estréia do Japão, além de Espanha, Itália, Alemanha e Holanda, as temporadas mais valorizadas de todo o mundo estarão representadas nas finais do Mundial.
E são esses os palcos de onde o Brasil vai tirar a sua seleção. Para compor seu time, o técnico Mario Zagallo não tem outra saída a não ser buscar suas principais armas na casa de grandes adversários.
Na mais recente convocação da seleção brasileira, nada menos que 15 dos 20 nomes chamados atuam em algum desses países.
A maioria está na Itália ou na Espanha. Mas há também jogadores no Japão e na Alemanha. Ronaldinho já esteve na Holanda, e Juninho foi "rei" na Inglaterra.
Italianos e espanhóis lideram a pirâmide do sucesso, com as maiores estrelas do futebol mundial, como Klinsmann (Sampdoria, da Itália) ou Mijatovic (Real Madrid, da Espanha). Para a atual temporada, juntas, as duas ligas somaram investimentos de cerca de US$ 530 milhões.
Mas a Inglaterra tem inovado mais, com muitos clubes negociando suas ações na Bolsa.
Apesar de uma tendência histórica de investir mais em jogadores britânicos, o Campeonato Inglês já coleciona estrelas do exterior -como o francês Eric Cantona, que neste ano abandonou o futebol, ou o colombiano Asprilla.
Na França, apesar do escândalo de anos atrás envolvendo o Olympique de Marselha, a liga mantém um calendário bem organizado.
Os clubes funcionam como símbolos dos municípios, que colaboram em grande parte com seu financiamento. O país tem sido um dos principais importadores de jogadores brasileiros -como Ânderson, Raí e Ricardo Gomes.
Holanda (porta de entrada na Europa de Romário e Ronaldinho) e Alemanha continuam com grandes atrações internacionais.
O Japão, depois do boom de sua liga, perdeu jogadores recentemente. Mas se mantém como um dos destinos mais atraentes para as estrelas do futebol mundial.
(RS)

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