São Paulo, terça-feira, 2 de dezembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fantasma da queda na estréia

ROGÉRIO SIMÕES

No próximo dia 10 de junho, o Brasil entra em campo, em Saint-Denis, para enfrentar um fantasma que ronda os campeões mundiais desde 1974: o fracasso na abertura de uma Copa do Mundo.
Desde que o vencedor do Mundial anterior passou a disputar a primeira partida da competição -na Copa da então Alemanha Ocidental-, houve apenas uma vitória do natural favorito, em 1994, quando os alemães bateram a Bolívia com um magro 1 a 0.
Nas outras partidas, foram três empates e duas derrotas, que marcaram o início das Copas como o cenário ideal para a ocorrência de resultados surpreendentes.
O Brasil fez sua última abertura de Mundial no dia 13 de junho de 1974, em Frankfurt. Apesar de não contar mais com Pelé, a equipe tricampeã se considerava natural favorita, e poucos se preocupavam com o adversário, a Iugoslávia.
Mas o time de Zagallo logo mostrou que estava longe daquele que conquistara definitivamente a Jules Rimet quatro anos antes.
Ao final da partida, amargava um 0 a 0 com os iugoslavos, resultado que complicou a vida do Brasil na primeira fase.
Com um novo empate de 0 a 0 contra a Escócia, os brasileiros tiveram de suar para vencer o fraquíssimo Zaire por 3 a 0 e despachar os escoceses no saldo de gols.
Em 1978, foi a vez de os alemães experimentarem um 0 a 0 em sua estréia, contra a Polônia. Foi o início de uma decepcionante campanha dos campeões, que acumulariam apenas uma vitória em todo o Mundial da Argentina.
Quatro anos depois, os argentinos experimentaram uma abertura ainda mais amarga. Mesmo com Diego Maradona, a equipe saiu derrotada por 1 a 0 pela Bélgica.
O resultado já sugeria que aquele ainda não seria o grande ano do astro argentino, que terminou sua participação na Copa sendo expulso contra o Brasil.
Em 86, no México, a Itália também teve dificuldades ao abrir a competição contra a Bulgária: não passou do 1 a 1, mantendo o tabu.
No Mundial seguinte, a Itália era a anfitriã, e os argentinos desperdiçaram a chance de se redimir do vexame da estréia de 82. Perderam em mais uma abertura, novamente por 1 a 0, dessa vez para Camarões, a sensação daquela Copa.
Em 94, a Alemanha recuperou parte da imagem dos campeões. Quando parecia que o time não conseguiria se impor diante da limitada equipe boliviana, Klinsmann garantiu o 1 a 0, aos 16min do segundo tempo.
(RS)

Texto Anterior: Exposição 'perigosa' pelo globo
Próximo Texto: Angola vê porta fechar
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.