São Paulo, terça-feira, 2 de dezembro de 1997
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ACM se diz 'satisfeito' com mudança no IR

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), afirmou ontem estar "satisfeito" com as mudanças na MP (medida provisória) que eleva a alíquota do Imposto de Renda da Pessoa Física, apesar de não ter conseguido livrar toda a classe média de qualquer aumento.
Ele disse que "queria mais", mas reconheceu que foi "uma boa vitória" ter conseguido preservar quem ganha até R$ 1.800.
ACM disse que o recuo do governo vai facilitar a aprovação da medida, já que as alterações foram resultado de consenso entre o governo e sua base de sustentação.
Há duas possíveis datas para que a votação da MP do IR, de número 1.602, ocorra: hoje, a partir das 18h, em sessão do Congresso Nacional marcada para votar as medidas do pacote de ajuste econômico, ou na próxima quinta-feira.
"Eu queria mais. Acho que o governo poderia livrar a classe média. Mas não posso, evidentemente, ganhar tudo. Não ganhei tudo o que queria, mas defendi o que pude. O pessoal que ganha menos vai pagar menos imposto de renda. Já foi uma boa vitória, e eu estou satisfeito com isso", disse.
Segundo ACM, seu relacionamento com o presidente Fernando Henrique Cardoso está bom.
"Nós rezamos juntos. Quando o sujeito reza junto, as coisas melhoram", disse ele, referindo-se à missa pelo Dia Nacional de Ação de Graças realizada na última quinta-feira na Catedral de Brasília.
O presidente do Senado foi o aliado do governo que mais criticou o aumento de 10% da alíquota do Imposto de Renda da Pessoa Física, desde o anúncio do pacote. Chegou a dizer que o governo estava "errado" e "surdo" ao insistir na medida.
ACM também defendeu a aprovação da reforma administrativa até 20 de janeiro, sem alterações. Ele acha que o projeto permite que governadores fixem um teto salarial do servidor público inferior ao federal, apesar de a Câmara ter rejeitado o subteto.
"Essa é a interpretação de muitos parlamentares da Câmara. Os governadores só não podem fixar salários maiores do que o teto federal", disse.

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