São Paulo, terça-feira, 2 de dezembro de 1997
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O salvador do apito

MATINAS SUZUKI JR.
DO CONSELHO EDITORIAL

Meus amigos, meus inimigos, parece que vai dar mesmo Vasco e Palmeiras (com ligeiro favoritismo para o primeiro) neste Brasileiro que não teve grandes surpresas técnicas (poucos jogadores revelados, nenhum time para nos matar de paixão), o qual espero ter sido o último a permitir a acintosa quebra de regulamento.
Para a história, essas semifinais serão lembradas não pela qualidade das partidas (ainda que algumas tenham sido ótimas), mas pela grande confusão criada em decorrência de dúvidas nas arbitragens -e também pela falta de controle emocional de alguns técnicos (os bons Emerson Leão e Wanderley Luxemburgo incluídos).
Os atleticanos reclamarão o resto da vida pelos lances de dúvida nos dois jogos contra o Palmeiras.
Na reclamação, santistas somarão, à triste memória de 95, os dois jogos contra o Inter.
Até a Lusa encontra motivos para reclamar da arbitragem do primeiro jogo que ela perdeu contra o Vasco.
A arbitragem esteve na berlinda neste ano de 97. O esquema anterior de fabricação de resultados foi denunciado, Armando Marques assumiu o comando como uma espécie de salvador do apito, mas o fato é que poucos resultados concretos, no sentido de melhoria técnica e de confiabilidade do árbitros, foram atingidos.
Vamos conceder, como parece ser a opinião generalizada da imprensa, que, na maioria dos casos, a arbitragem esteve tecnicamente correta.
Mas os conflitos gerados ainda no campo de jogo por esses apitadores mostram que ainda falta muito para que as arbitragens locais atinjam o grau de confiabilidade necessária para evitar tumultos.
Além disso, com os administradores irresponsáveis que o futebol brasileiro tem, seria otimismo ingênuo supor que os erros de arbitragem não dariam pano para as mangas que vestem os braços que carregam uma teoria conspiratória para cada infortúnio do seu time.
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Um jogador que veio para ficar: Rogério, do Palmeiras.
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Mistério na casa da Portuguesa, com certeza. Aliás, ali, como pede a canção, ficaria muito bem a franqueza.
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Esta coluna comentou, no sábado, a ironia dos cartões contra o Santos -um time que Wanderley Luxemburgo queria o mais disciplinado.
Cai a noite em Porto Alegre e aí... a ironia virou tragédia.
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O chute de Fabiano para fazer o primeiro gol do Inter contra o Santos, no sábado, disparado nas proximidades daquela zona que, segundo Mário Moraes, a geometria condena, entra para qualquer antologia dos lances mais impressionantes da história do futebol.
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Para a alegria de muitos, esta coluna deverá diminuir a sua periodicidade.
Agradeço àqueles que, por quase cinco anos, leram a coluna regularmente.

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