São Paulo, quarta-feira, 3 de dezembro de 1997
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Governo loteado; Pura maldade; Mamatas garantidas; Epidemia de intriga; Passando recibo; Corporação camarada; Anjinhos de Brasília; Mudança importante; Recuo interessado; Rasputin paulistano; Responsável direto; Canalha e idiota; Hora do pesadelo; Pegando no pé; Guerra interna

Governo loteado
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) é do PFL. Dos 5 diretores, 4 foram indicados pela sigla. Desses, 3 são da ala baiana, liderada por ACM. É a compensação pelo fato de o PSDB controlar a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

Pura maldade
Um parlamentar dá as razões para o PSDB ter ficado com a agência de telecomunicações e o PFL com a de energia elétrica: "Os tucanos lidam com negócios milionários. E os pefelistas, com o controle de uma infra-estrutura vital em eleições".

Mamatas garantidas
Ministros tucanos tentaram esboçar uma reação para manter no pacote o corte original de incentivos fiscais. Mais do que a alta do IR, essa batalha foi a que entrou no balcão da fisiologia para FHC agradar a setores do PFL, PMDB e até do PSDB.

Epidemia de intriga
Do hospital, Sérgio Motta tem espalhado uma mensagem que teria sido autorizada por FHC: o ministro frisa sempre, por telefone, que o presidente ficou muito aborrecido com ACM, que resistiu a pontos do pacote.

Passando recibo
Tucanos articulam uma reunião conjunta entre FHC, PSDB e PMDB. Não há demanda específica a resolver. É só para lembrar aos parceiros do PFL que a aliança entre os dois partidos não é uma camisa-de-força.

Corporação camarada
Michel Temer decidiu votar primeiro o projeto que dá poderes de CPI à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para mostrar serviço contra a impunidade de parlamentares acusados de corrupção. Se votasse uma cassação, perderia na certa.

Anjinhos de Brasília
Há tucanos reclamando de FHC e Pedro Malan (Fazenda). Motivo: os dois estimularam o partido a defender a integralidade do pacote, sem qualquer mudança. Depois, recuaram.

Mudança importante
Acordo de líderes deve aprovar na próxima quarta o projeto que dá poderes de CPI à CCJ da Câmara. Há tentativa prevista para sexta, mas dificilmente haverá quórum para aprovar a emenda.

Recuo interessado
Paes de Andrade deve adiar a convenção de janeiro para decidir a posição do PMDB em 98. Atende a Itamar e joga para a frente a decisão sobre se continua na presidência do partido.

Rasputin paulistano
Maluf tenta se livrar de Pitta, dizendo que não interfere na gestão de São Paulo. Mas, de acordo com figuras importantes do malufismo, quem governa a cidade de fato é Edevaldo Alves da Silva, secretário de Governo, imposto por Maluf ao prefeito.

Responsável direto
Segundo tucanos paulistas, não adianta ficar culpando Pitta pela falência da cidade de São Paulo. Falam que o prefeito sempre foi mero coadjuvante. A estratégia é atribuir toda a culpa a Maluf, o adversário na disputa pelo governo do Estado em 98.

Canalha e idiota
A troca de insultos entre Collor e Itamar agitou o Congresso ontem. Deputados faziam piada com o fato de ACM ter dito que tinha uma boa resposta, mas que não a revelaria. Ela seria a seguinte: "Os dois têm razão".

Hora do pesadelo
Domingo, depois de falar com FHC e redigir o parecer sobre a alta do Imposto de Renda, Roberto Brant tomou um uísque, dois comprimidos e foi dormir. Sonhou com ACM dizendo que o parecer não tinha nada do que fora combinado com o Planalto.

Pegando no pé
José Aníbal (PSDB) fez as contas sobre as novas regras do Imposto de Renda. Quem ganha R$ 2 mil pagará R$ 5 a mais de imposto por mês. Quem ganha R$ 10 mil, R$ 205. "E o Maluf, que recebe R$ 30 mil, pagará R$ 705 a mais. Isso deve doer", diz.

Guerra interna
Um setor do PFL paulista avalia que cresceram as chances de Cláudio Lembo ser o vice de Maluf na disputa pelo governo. Seria a cota da ala Maciel-Bornhausen no acordo articulado por ACM com o pepebista.

TIROTEIO
De Ivan Valente (PT-SP), sobre elogio de FHC a Tatcher, ex-primeira-ministra britânica:
-Ao praticar no Brasil a mesma política da "dama-de-ferro" e negar o conservadorismo, FHC assume o que vive negando. É um radical neoliberal.

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