São Paulo, quarta-feira, 3 de dezembro de 1997
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Pedido real muda agenda do presidente

IRINEU MACHADO
DE LONDRES

Toda a pompa e a rigidez de etiqueta e de horários da visita do presidente Fernando Henrique Cardoso ao Reino Unido não deixam transparecer as atividades de bastidores da sua programação oficial.
A visita que FHC faz amanhã à Universidade de Cambridge, no interior da Inglaterra, por exemplo, foi uma exigência do duque de Edimburgo, príncipe Philip, o marido da rainha Elizabeth 2ª.
Diante da extensa programação da visita, com encontros, banquetes, cerimônias oficiais e discursos, os organizadores alegaram falta de tempo para que FHC fosse hoje à Universidade de Oxford, onde será inaugurado o Centro de Estudos Brasileiros.
No entanto, uma atividade que não constava do programa original, antes de ser oficializado, era a visita a Cambridge, colocada na programação por exigência do cerimonial da rainha. Isso porque o príncipe Philip é o chanceler (espécie de patrono) da universidade.
Enquanto hoje FHC "inaugura" em Londres o centro de estudos que fica em Oxford, amanhã viaja mais de 80 km a Cambridge, antes de se encontrar, à tarde, com o primeiro-ministro Tony Blair.
O presidente lecionou na Universidade de Cambridge como professor convidado há 20 anos.
A visita a Cambridge foi mencionada pela rainha Elizabeth 2ª no início do discurso que fez no banquete oferecido à comitiva brasileira no Palácio de Buckingham.
"Nós o consideramos um velho amigo. Foi uma boa decisão da Universidade de Cambridge lhe oferecer uma cadeira de professor visitante há 20 anos."
Além da "longa amizade" entre Brasil e Reino Unido, a rainha fez referência destacada ao ministro Édson Arantes do Nascimento, o Pelé. "Nós temos em comum, também, uma paixão por esporte e aguardamos ansiosamente a visita a Londres nesta semana do incomparável Pelé."
Em discurso proferido à noite, durante banquete oferecido pela rainha no palácio, FHC defendeu uma maior aproximação do Reino Unido com o Mercosul.
"Confio que a presidência britânica da União Européia, no próximo semestre, contribuirá positivamente para o aprofundamento dos laços entre a Europa e a América do Sul, especialmente com o Mercosul", disse o presidente.
FHC disse que a aproximação entre os dois países vai permitir no futuro "criar um espaço mutuamente benéfico" de livre comércio entre as duas regiões.
Antes disso, o presidente elogiou o Reino Unido e o primeiro-ministro Tony Blair.

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