São Paulo, quarta-feira, 3 de dezembro de 1997
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FHC promete a empresários Orçamento sob controle

Tucano muda discurso preparado para conferência

CLÓVIS ROSSI
DO ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

No primeiro dia de visita oficial à Inglaterra, o presidente Fernando Henrique Cardoso deixou de lado texto de discurso previamente distribuído para "assegurar" a empresários britânicos e brasileiros que "esta semana o Congresso aprovará uma série de medidas que visam alcançar nossa principal meta, que é ter o Orçamento sob controle".
Leia a seguir outros pontos abordados pelo presidente na abertura de conferência organizada pela Confederação da Indústria Britânica e pelo banco HSBC.

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A CRISE ASIÁTICA - "O Brasil sentiu os efeitos dessa crise. Respondemos com força e rapidez. (...) Tratamos, na prática, de preservar a confiança dos mercados, eliminando qualquer margem de dúvida quanto à nossa determinação e capacidade de defender as conquistas do programa de estabilização. (...) A sociedade brasileira decidiu: o caminho que vem sendo seguido é o caminho que vamos continuar a trilhar."
O PACOTE E O CONGRESSO - "É preciso explicar cada passo (que o governo dá ou pretende dar)." FHC deu o seguinte exemplo: na semana passada, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, passou sete horas no Congresso para explicar o pacote fiscal. "E não somos um regime parlamentarista", comentou o presidente.
PRIVATIZAÇÕES - "Avançamos rapidamente em um programa de privatização que é um dos maiores jamais realizados em qualquer país. Reafirmo que o processo continuará a ser um sucesso porque há vontade política."
O PESO DO BRASIL - "Temos hoje um dos dez maiores produtos nacionais do mundo e, segundo várias previsões, ficaríamos, na primeira década do próximo século, entre as cinco maiores potências econômicas."
"Estamos conscientes de que não chegaremos a essa posição apenas como decorrência da dimensão de nosso território, população ou recursos naturais. O Brasil (...) terá que ser mais afirmativo, até mais agressivo, para ocupar o papel que lhe cabe na economia mundial, por meio da exportação de bens e serviços, da multiplicação de alianças e joint ventures entre companhias brasileiras e internacionais e, ainda, pela expansão dos investimentos de nossas empresas no exterior."
MERCOSUL E AMÉRICA DO SUL - "Empresários e investidores, quando olham para o Brasil, já não pensam apenas na vastidão de nosso mercado, mas nas possibilidades oferecidas pelo desenvolvimento do Mercosul, a segunda maior união aduaneira após a União Européia e o quarto maior agrupamento econômico do planeta. O processo mais amplo de integração da América do Sul fortalece essa percepção. O Brasil faz fronteira com quase todas as demais nações do continente e pode servir de plataforma de negócios com todo o mundo."
RELAÇÕES COM A EUROPA - "As relações com a Europa são centrais para o Brasil. Queremos que se torne operacional o acordo-quadro Mercosul-União Européia (cujo ponto de chegada é uma zona de livre comércio em 2005, que seria a maior do mundo)."
"Não contra a integração hemisférica (a Alca, Área de Livre Comércio das Américas, também prevista para 2005, com os 34 países americanos, menos Cuba) nem contra os países que não estão no Mercosul, mas em favor do sistema internacional."
POLÍTICA SOCIAL - "Não basta aprimorar a infra-estrutura física. É preciso cuidar da infra-estrutura humana, do desenvolvimento das pessoas."

LEIA MAIS sobre a visita de FHC à Inglaterra da pág. 1-5 à pág. 1-8

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