São Paulo, quarta-feira, 3 de dezembro de 1997
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Menos de 50% da frota é mantida na rua

RENATO KRAUSZ; FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

A determinação de manter parte do serviço de ônibus funcionando na cidade foi descumprida ontem durante a greve de motoristas e cobradores.
Como o transporte público é um serviço essencial, a Lei de Greve estabelece que uma parcela do serviço, a ser definida por um tribunal do trabalho, deve permanecer em operação.
O presidente do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo, Delvio Buffulin, determinou no início da tarde de ontem, por liminar, que 50% dos ônibus deveriam circular durante a greve, com aumento para 80% nos horários de pico -das 5h às 8h e das 16h às 19h.
Buffulin estipulou ainda multa de R$ 50 mil por dia para os responsáveis caso a determinação não fosse cumprida. E ela realmente não foi.
Às 18h de ontem, por exemplo, deveriam estar circulando 10.902 ônibus, mas apenas 3.114 (29%) estavam nas ruas.
O índice mais baixo de operação foi registrado às 7h, quando deveriam estar rodando 10.913 ônibus, mas só havia 2.399 (22%) veículos disponíveis para os usuários (veja quadro nesta página).
Como a greve não foi julgada ontem pelo TRT, pois as partes chegaram a um acordo, a multa só pode ser cobrada se alguém exigir do tribunal a sua aplicação.
Caberia, por exemplo, ao Ministério Público acionar o TRT para que a multa fosse aplicada.
Nesse caso, segundo a assessoria de imprensa do tribunal, seria necessário apurar de quem foi a responsabilidade pela greve. A multa poderia ser do sindicato dos motoristas, das empresas ou de ambas as partes.
Locaute indireto
O prefeito Celso Pitta afirmou que a greve foi um locaute indireto, ou seja, que houve estímulo das empresas para que a greve acontecesse.
O sindicato dos motoristas confirma e diz que as próprias empresas fecharam com cadeados algumas garagens.
O Transurb (sindicato das empresas) nega qualquer participação na greve.
Para o presidente da entidade, Wilson Maciel Ramos, se a multa for realmente cobrada, deverá ser do sindicato dos condutores.
"Nós mandamos cartas convocando os funcionários para voltarem ao trabalho. Fizemos nossa parte", afirmou Ramos.
Para o presidente do sindicato, Gregório Poço, a cobrança da multa seria um equívoco, já que a audiência de ontem no TRT terminou em conciliação.
(RENATO KRAUSZ e FABIO SCHIVARTCHE)

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