São Paulo, quarta-feira, 3 de dezembro de 1997 |
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Revolta deixa 18 menores feridos no Rio
DA SUCURSAL DO RIO Pelo menos 44 menores fugiram e 18 ficaram feridos durante uma rebelião na madrugada de ontem na Escola João Luiz Alves, um instituto para menores acusados de infrações criminais, na Ilha do Governador (zona norte).É a segunda rebelião no instituto em menos de 20 dias. Na última rebelião, mais de 200 menores fugiram e um morreu com um tiro na cabeça. Os internos acusaram policiais militares pela morte, mas a investigação sobre o caso ainda não foi concluída. A confusão começou por volta de 23h de anteontem, quando menores atearam fogo aos alojamentos um e dois. Segundo a explicação dos menores, a rebelião teve início porque um monitor estaria espancando um garoto. A Secretaria da Justiça nega essa versão. Os garotos quebraram os telefones e incendiaram uma sala de aula e uma sala de monitores. Policiais do 17º BPM (Batalhão de Polícia Militar), na Ilha do Governador, foram chamados para conter o tumulto. Os PMs foram recebidos a pedradas e revidaram com tiros para o alto. Não foram apreendidas armas com os garotos. Os menores conseguiram quebrar em dois pontos o muro de tijolos, abriram buracos e escaparam pela favela Vila Joaniza. A Escola João Luiz Alves enfrenta problemas constantes de superlotação. Na madrugada de ontem, quando a rebelião começou, havia 167 menores internos, mas o instituto tem capacidade para abrigar 128 menores. Até o final da tarde de ontem, 19 dos 44 fugitivos tinham sido recapturados e reconduzidos para a escola. Feridos Dezoito menores ficaram feridos no confronto com a PM e na tentativa de fuga. Oito dos internos, com ferimentos mais graves, foram levados ao hospital Paulino Werneck, na Ilha, e liberados pela manhã. Cinco agentes educacionais e dois PMs também tiveram ferimentos leves. Ontem de manhã, a direção da escola não deu informações sobre o caso nem permitiu a entrada de jornalistas. Dois carros da PM passaram o dia na porta do instituto. Onze internos que já completaram 18 anos foram levados à 37ª DP (Delegacia Policial), na Ilha, para prestar depoimento. A Secretaria da Justiça abriu uma sindicância para investigar o caso, e o resultado deve sair em 30 dias. Só em meados de dezembro será divulgado o resultado da sindicância sobre a rebelião passada, quando a Polícia Militar encontrou até armas dentro da escola. Dois pontos não foram esclarecidos: como as armas chegaram à instituição e quais os responsáveis pela morte do garoto. Texto Anterior: Preso morre em rebelião no Guarujá Próximo Texto: Secretária apóia presidente da Febem Índice |
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