São Paulo, quinta-feira, 4 de dezembro de 1997
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Anistia festeja aniversário hasteando bandeira na PM

Comemoração de 49 anos da declaração dá início a 'parceria'

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Este ano, a seção brasileira da Anistia Internacional vai comemorar o 49º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos e lançar uma campanha nacional de defesa dos princípios do documento em um lugar inusitado: o QG (Quartel General) da Polícia Militar de São Paulo.
O evento será realizado na Luz (centro), no próximo dia 9, véspera da data da divulgação da declaração -10 de dezembro de 1948.
Segundo o major Antonio Carlos Biagioni, da comunicação social da PM, as comemorações terão duas fases. Na primeira, a bandeira da Anistia Internacional será hasteada na entrada do QG.
Em um segundo momento, os convidados se reunirão no salão nobre do quartel.
A PM convidará os secretários da Segurança Pública, José Afonso da Silva, da Justiça, Belisário dos Santos Júnior, advogados, escritores e representantes de entidades de defesa dos direitos humanos.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi um documento aprovado pela ONU (Organização das Nações Unidas) como resposta às violações cometidas durante a 2ª Guerra Mundial.
"O QG da PM foi escolhido porque sentimos que há um grande desejo do atual comandante da corporação, coronel Carlos Alberto de Camargo, de mudança e de humanização da polícia. Estamos inaugurando uma parceria", disse o diretor da seção brasileira da Anistia, Carlos Alberto Idoeta.
Segundo ele, ainda este mês, monitores da Anistia promoverão cursos de direitos humanos na PM. "Será o início de uma grande campanha, que terminará em dezembro do próximo ano, quando serão comemorados os 50 anos da declaração universal."
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Jairo Fonseca, considerou "temerária" a proposta da Anistia.
"Até agora, infelizmente, a história da PM é de violação e não de respeito aos direitos humanos. No entanto, respeito a ousadia da Anistia", disse Fonseca.
Para o deputado estadual Conte Lopes, "a aproximação da cúpula da PM com os direitos humanos soa mal para o restante da tropa".

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