São Paulo, quinta-feira, 4 de dezembro de 1997 |
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PF prende 3 acusados de ocultar bolivianos Eles manteriam 25 trabalhadores irregulares em SP MARCELO GODOY
Os trabalhadores estariam em situação irregular no país. A maioria, segundo o delegado Gelvásio Gomes de Souza, da Delemaf (Delegacia de Polícia Marítima Aérea e de Fronteiras da PF), estava havia cerca de quatro meses no Brasil. Eles teriam entrado no país pelo Mato Grosso e estariam com visto de turista no passaporte, o que lhes dava o direito de permanecer no país só por 30 dias. Os comerciantes Fred Gongora Veliz, 27, Noel Alcoser Mamani, 25, e Silver Manuel Vizer, 25, pagaram R$ 200 de fiança cada um e responderão à acusação em liberdade. As prisões ocorreram após o Ministério do Trabalho receber uma denúncia sobre o trabalho irregular dos bolivianos. Procuradores da Justiça do Trabalho e agentes da PF se uniram para fazer a blitz das 10h às 22h no Bom Retiro. Na rua Matarazzo, eles encontraram quatro apartamentos em dois prédios que eram utilizados como oficinas de costura pelos comerciantes. Nos imóveis viviam os empregados bolivianos, entre eles, oito mulheres. "Eles faziam roupas que eram vendidas para confecções de coreanos do mesmo bairro", afirmou o delegado. Segundo ele, os empregados ganhavam por peça produzida e recebiam cerca de R$ 200 por mês. Eles pagariam a comida e o abrigo aos comerciantes. "Não há provas de que os acusados tenham reduzido os trabalhadores à condição análoga a de escravo", disse. O nome do quarto comerciante não foi revelado pela Delemaf. Ele também seria boliviano e forneceria roupas para outras confecções do Bom Retiro. Os 25 funcionários das confecções foram avisados pela Polícia Federal de que devem deixar o país em oito dias. Caso desobedeçam essa notificação, eles serão deportados para a Bolívia. Depoimentos Em seus depoimentos, os comerciantes presos afirmaram que vieram trabalhar no Brasil. Disseram que compraram as oficinas de costura de comerciantes coreanos. Veliz alegou ter perdido o passaporte para estar com o prazo de permanência no país vencido. Ele está há dois anos no Brasil. Caso sejam condenados com base no artigo 125 do Estatuto do Estrangeiro (ocultação de estrangeiros em situação irregular), os acusados podem pegar de um a três anos de prisão. Texto Anterior: Adolescente mata irmão com tiro acidental em Minas Gerais Próximo Texto: Comoção marca enterro de estudante Índice |
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