São Paulo, quinta-feira, 4 de dezembro de 1997
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Estado de SP pode perder 18% de leitos

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um grupo de 62 hospitais conveniados de São Paulo deu ontem um ultimato à Secretaria de Estado da Saúde. Se os pedidos não forem atendidos até o fim de fevereiro, a rede vai ficar com menos 7.000 leitos, que representam 18% do total dos conveniados.
Em protesto pela falta de pagamento de vários serviços já prestados, os 62 hospitais já começaram o processo de descredenciamento do SUS (Sistema Único de Saúde). Agora, o governo federal tem 90 dias para pagar as dívidas ou o contrato será encerrado automaticamente com os hospitais.
A decisão de romper o contrato com o SUS é consequência de uma crise que se arrasta há muito tempo, mas que foi agravada por causa da verba prevista para saúde no Orçamento de 98. Em vez dos R$ 22 bilhões pedidos pelos secretários, o governo está destinando R$ 19 bilhões. Se o descredenciamento for colocado em prática, será a primeira vez que uma unidade conveniada toma uma medida tão radical contra o SUS.
Ontem, os representantes dos hospitais se reuniram com o secretário da Saúde, José da Silva Guedes. Eles apresentaram suas reivindicações, mas saíram insatisfeitos. "A reunião não resolveu muita coisa", disse Dante Montagnana, presidente do Sindhosp, sindicato que está comandando o descredenciamento. A própria secretaria admitiu a falta de dinheiro e o medo de perder os leitos.

LEIA MAIS sobre a crise da saúde no Estado nas págs. 3-2 e 3-3

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