São Paulo, sexta-feira, 5 de dezembro de 1997 |
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Juiz coloca em dúvida versão de suicídio de sem-terra em Apuí Motivo é a posição em que o corpo foi encontrado ALTINO MACHADO
Silva, um dos líderes dos sem-terra na região de Apuí (445 km ao sul de Manaus), foi achado morto na delegacia da cidade no último dia 12 de novembro. Médicos, polícia e promotoria disseram que foi suicídio. Mas líderes sem terra e parentes dizem que o corpo do agricultor tinha sinais de tortura. O juiz afirmou que ficou intrigado com a altura (aproximadamente 60 cm) e com a posição (sentado, com as pernas estiradas) em que o agricultor teria sido encontrado. "É possível acontecer. A medicina admite a situação, mas é um fato duvidoso e, sob esse prisma, era necessária a realização da perícia", disse o juiz, titular do 8º Juizado Especial Cível de Manaus. Na semana passada, o Rômulo da Silva autorizou a Polícia Federal a exumar o corpo do agricultor. O juiz informou que o legista Nelson Massini (da Universidade Federal do Rio de Janeiro) chegará a Manaus no domingo. Na segunda o corpo deve ser exumado. A Agência Folha apurou que o presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, Manuel Neuzimar Pinheiro, teria sido pressionado, na semana passada, pelo secretário de Segurança, Klinger Costa, a não permitir a entrada da PF e do legista da UFRJ no caso. Costa, que já havia declarado que as polícias Civil e Federal têm "conceitos" diferentes sobre a morte do agricultor, negou que tenha pressionado. Texto Anterior: Governadores 'aliados' entram com ação contra limite de gastos Próximo Texto: Favelados doam 2 t de alimentos a campanha Índice |
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