São Paulo, sexta-feira, 5 de dezembro de 1997
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SP testa droga que pode 'ajudar' coquetel

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Hospital Emílio Ribas (região central de São Paulo) vai começar a testar uma substância que poderá reforçar o poder do coquetel de drogas anti-Aids contra o HIV.
Um grupo de 36 doentes vai participar de um estudo para testar a interleucina-2, uma substância produzida a partir de uma proteína encontrada no corpo humano que estimula a multiplicação das células de defesa do organismo.
O estudo faz parte de um protocolo internacional e será aplicada em pacientes de São Paulo, da Argentina e dos Estados Unidos.
O objetivo é elevar a defesa do organismo dos doentes contra o HIV -que causa a Aids. A droga será aplicada em pacientes que já tomam os anti-retrovirais contra o HIV e que têm entre 350 e 500 CD4/mm3 de sangue (pacientes que estão numa faixa intermediária da doença).
A interleucina é uma substância produzida naturalmente pelo organismo quando há uma infecção. Ela estimula a multiplicação das células CD4. A tese é que, com mais CD4s, o organismo consiga lutar melhor contra a doença.
Além disso, outra hipótese que será estudada é que essa substância poderia ajudar os anti-retrovirais (chamados de coquetel) a "encontrar" o HIV e lutar contra ele.
O resultado da aplicação da interleucina nos 36 pacientes será comparado com o de outros 36 pacientes que tomarão apenas os anti-retrovirais. A droga será aplicada duas vezes por dia em três ciclos de oito semanas (uma semana de aplicação e sete de intervalo).
A interleucina tem efeitos colaterais que se assemelham aos sintomas de uma gripe. Causa dores no corpo, mal-estar, náusea, vômitos e cansaço. A interleucina já é comercializada no Brasil, mas não é usada como terapia anti-Aids por causa da falta de indícios de eficácia.

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