São Paulo, sexta-feira, 5 de dezembro de 1997
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Acidentes matam mais em país pobre

MARCOS PIVETTA
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

Esse perfil dos mortos em acidentes envolvendo carros foi traçado pelo engenheiro de transportes Stein Lundebye, do Banco Mundial, durante a Terceira Conferência Anual de Transportes, Segurança de Trânsito e Saúde.
Promovida pelo Instituto Karolinska (Suécia), Volvo e OMS (Organização Mundial da Saúde), a conferência terminou anteontem em Washington.
Segundo o técnico do Banco Mundial, o pedestre é a principal vítima fatal em acidentes de trânsito nos países subdesenvolvidos.
Na América do Sul e Oriente Médio, por exemplo, os atropelamentos fatais respondem por mais da metade das mortes ocorridas no trânsito.
Já nas nações ricas, a vítima mais comum em acidentes são os ocupantes dos carros, motorista e passageiros.
Lundebye afirmou que mais de 70% das mortes de trânsito nos EUA atingem motoristas ou passageiros de automóveis.
"Os pedestres são um grande problema nos países subdesenvolvidos. Nos países ricos, o motorista é o principal problema."
Por isso, ele afirmou que, no mundo desenvolvido, os esforços para aumentar a segurança no trânsito estão mais direcionados para proteger e educar os ocupantes dos carros, visto que os pedestres respondem por apenas 20% das vítimas fatais em acidentes de automóveis.
Nos países pobres, é preciso fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Investir tanto na proteção e educação do pedestre como do motorista.
"Os governos precisam realmente se comprometer com a questão da segurança no trânsito." O grande foco de atenção dos governos deve ser no trânsito nas cidades, visto que, segundo Lundebye, dois terços dos acidentes que causam ferimentos ocorrem em áreas urbanas.
O Banco Mundial estima que os custos econômicos dos acidentes de trânsito em todo o mundo cheguem a 1% ou 2% do PIB (Produto Interno Bruto) das nações.
Nos EUA, o custo anual devido a despesas e prejuízos com acidentes de trânsito chega a US$ 150 bilhões, 2,2% do PIB.
Além de provocar 500 mil mortes por ano, os acidentes com carros ferem 15 milhões de indivíduos em todo o mundo a cada 12 meses.

O jornalista Marcos Pivetta viajou a Washington a convite da Volvo

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