São Paulo, domingo, 7 de dezembro de 1997
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Lula exige estrutura para ser candidato

LUÍS COSTA PINTO
DA REPORTAGEM LOCAL

A falta de dinheiro para pôr de pé o palanque presidencial de Lula vem dando dores de cabeça à direção nacional do PT. Há duas semanas Lula comunicou à Executiva do PT que aceitava ser candidato à Presidência pela terceira vez.
No último domingo, anunciou sua decisão ao Diretório Nacional. Mas lançou um desafio ao comando petista: que arrumem dinheiro para estruturar sua campanha.
Para Lula, todos os setores empresariais que tradicionalmente financiam campanhas eleitorais irão fazer doações quase exclusivas à campanha de reeleição de Fernando Henrique Cardoso.
Estima-se, dentro do PT, que serão necessários de R$ 6 milhões a R$ 8 milhões para o partido pagar a produção de programas de rádio e televisão e manter um jatinho à disposição de Lula, do candidato a vice e do comando da campanha.
Em 94, ano no qual chegou a ter 43% das intenções de voto antes do lançamento do real, o PT gastou R$ 4,2 milhões com a campanha presidencial, segundo relatório do Tribunal Superior Eleitoral.
Foi uma campanha desigual. O PSDB de FHC declarou ao TSE ter gastado R$ 31,7 milhões. Quando era o candidato favorito e quase imbatível, Lula dispunha de um gordo caixa de campanha. Chegou a passar uma semana nos Estados Unidos e outra na Europa, em seminários e jantares com economistas e empresários, tentando desfazer o mito de que seria um monstro cuja vitória desestabilizaria a economia brasileira.
Depois que a candidatura de FHC subiu nas pesquisas de intenção de voto, as doações para a campanha petista minguaram. A poucos dias da eleição, quando precisava viajar para comícios no interior do país, Lula usava vôos comerciais e não mais os jatinhos particulares fretados.
"Eu disse ao PT que conheço muito bem o funcionamento de uma campanha eleitoral. E esta estrutura custa caro", desabafou Lula há alguns dias, a um amigo de São Paulo.
Ele acha que uma das maneiras de financiar a campanha é selar alianças com candidatos viáveis nos Estados. Assim, para tê-lo nos palanques, os candidatos que ao governo ou ao Senado pagariam suas viagens e alguns programas de rádio e TV.
(LCP)

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