São Paulo, domingo, 7 de dezembro de 1997
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Camela Camila não substitui psicoterapia

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Camela Camila não significa uma ameaça à psicoterapia convencional, lembra a equipe que participa do projeto. "É uma terapia com função de apoio, que não substitui o terapeuta nem pode ser utilizada por longo período", diz a psicóloga Vera Regina Berlinck.
O objetivo do trabalho -segundo ela- era a utilização do equipamento virtual como elemento intermediário numa relação terapêutica com pacientes em situações especiais. A técnica permite que o terapeuta virtual esteja presente em mais de um ambiente ao mesmo tempo. O personagem pode aparecer na tevê de uma criança por dez minutos, depois falar com uma segunda, uma terceira. Pode também levar recados de uma criança para outra.
A sala de emissão -onde estão o equipamento e o terapeuta- pode estar a quilômetros de distância do local onde está o paciente.
Vitória Herzberg, do Creio -um centro de apoio e informação oncológica do Albert Einstein- diz que as crianças que participaram do projeto-piloto ficaram fascinadas. "Elas queriam trazer irmãos e amiguinhos para conhecer a Camila", diz Vitória.
Equipamento
O equipamento usado pelo grupo de psicólogas é conhecido como Vactor, sigla para Virtual Actor. Foi trazido ao Brasil pela empresa ANT, Arte Nova Tecnologia, que já o empregou em eventos.
Foi da associação do artista plástico Angelo Palumbo, da ANT, com as psicólogas Luci Fragnan e Ana Cerqueira que resultou na criação do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psicologia Virtual. O trabalho feito no Hospital Albert Einstein foi chamado de Projeto Piloto Psicovactor.
O equipamento, que pesa cerca de 700 kg, é composto por computador, capacete, sensores, monitores, câmera, alto-falante, microfones, fone de ouvido, um painel com joysticks e um flying-mouse, que permite movimentar o personagem em todas as direções. O som pode ser distorcido.
O uso do equipamento exigiu vários dias de treinamento da equipe de terapeutas.
(AB)

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